Foto: Arquivo/Pessoal

Por   Edinéia Schoemberger

Dias atrás, fui convidada pelos meus amigos Naor e Nara Coelho para participar das reportagens alusivas aos 58 anos de Emancipação Política de Pinhão e 25 anos do Jornal Fatos do Iguaçu.  Que honraria!  Fiquei entusiasmada e me peguei pensando – Quando será que me tornei pinhãoense?

Cheguei por aqui em plena virada de século, final de 1999, advindo do tão esperado ano 2000. Todo mundo receoso com o tal “Bug do Milênio”, diziam que caso o novo milênio chegasse, todos os sistemas de informática atualizariam as informações para o ano de 1900, e assim os boletos seriam lançados automaticamente com cem anos de atraso. Os bancos teriam aplicações dando juros negativos, causando falência às empresas e perda de lucro para investidores. Desse modo, teríamos uma crise econômica generalizada. Bom, acabou que o Bug do Milênio foi inofensivo e tornou-se um catalisador de importantes renovações no campo da tecnologia empresarial.

E, cá estava eu, recém-casada, mãe de primeira viagem, iniciando minha nova vida em uma cidadezinha do interior, chamada Pinhão. Lembro-me de nunca ter ouvido falar de Pinhão até o momento que fiquei sabendo da nossa mudança de Guarapuava.

“Vocês vão morar no Pinhão? Cuidado! Pessoal lá é muito violento, matam 3 por dia e deixam 2 amarrados pra matar no dia seguinte” – kkkkkkkk. Confesso, não fiquei muito animada não!

Mas, vamos lá, enfrentar as feras! Para minha surpresa, acredito que as feras já tinham sido domadas. Pois, aqui só encontrei gente hospitaleira, gente de bem, que gosta de contar uns causos tomando um bom chimarrão, que adora uma festança, que reza, que trabalha, e que ama ser pinhãoense.

No ano seguinte, ainda me adaptando. Bora trabalhar! Fiquei sabendo que havia uma professora no Colégio Mosrki que ia abrir um jornal e precisava de alguém para o escritório. Lá fui eu, com o currículo na mão pedir uma oportunidade à professora Nara.

Contratada para começar já no dia seguinte. Animadíssima com a ideia de trabalhar em um jornal, pois sempre fui admiradora apaixonada pela escrita. Virei uma “FOCA”!  Apelido dado a todo jornalista em início de carreira e ainda inexperiente. Inicialmente, cuidava da página SOCIAL, ficava atenta aos aniversários, casamentos, batizados e uma vez ou outra, tínhamos algumas formaturas acadêmicas, bem diferente de hoje.

Foto: Arquivo/Fatos do Iguaçu

Percorria insistentemente as ruas da cidade, com o bloquinho de venda na mão. “Ohhh de casa! Quer assinar o Jornal Fatos? Estava sempre presente nos eventos oficiais e nas reuniões importantes. Virei – “A MOÇA DO FATOS” – Passei a escrever reportagens maiores, fui aprendendo, me aperfeiçoando, passei por todas as editorias (…) e lá se foram13  anos trabalhando no Jornal Fatos do Iguaçu! Uau! Quantas histórias! Quantos acontecimentos tive o prazer de presenciar, alguns bons, outros nem tanto.

Durante esse tempo tive o privilégio de conhecer a história e o povo dessa cidade. E relembrar um pouco dessas reportagens foi sensacional. Como por exemplo, a primeira ligação feita de um celular em Pinhão, foi um grande evento, um alvoroço só. A inauguração da Praça Darci Brolini, entre tantas outras. Acompanhar os atletas nos Jarcan’s, era um trabalho divertido. E fazer as reportagens para a coluna Nossa Gente e Nosso Interior? Eu amava.

Éramos sempre bem recebidos, tinha sempre um chimarrão, um café com bolinho de polvilho (hummmm). De vez em quando, ganhávamos uma sacola de laranja, uma abóbora, ou até umas bolachas caseiras. E, quando a reportagem era sobre a Dança do São Gonçalo? A procissão do Santo (São Sebastiao)? As Mil Ave Maria? Ave Maria! Que comilança boa!

Pinhão é assim! Tranquilo, acolhedor, amistoso. Uma cidade que tem muito potencial para crescer, para se desenvolver. Uma jovem cidade, 58 anos! Ainda é uma mocinha!

Destes 58 anos, 25 deles estão eternizados nas páginas do Jornal Fatos. Seja nas reportagens, nos artigos, nos editais, nos FATOS POLÍTICOS, na página SOCIAL e até mesmo na CHARGE. Muitos pinhãoenses viraram caricaturas nas mãos de nossos talentosos chargistas. Até eu fui parar lá! Os leitores aguardavam ansiosos para ver quem ia aparecer na charge da semana.

Lembra do questionamento lá do início? Quando será que me tornei pinhãoense? Eu me tornei pinhãoense quando entendi que uma cidade é feita por gente, que resulta do seu povo, e que eu faço parte desse povo.  Ao longo de seus 58 anos de sua existência, Pinhão fez-se melhor, maior e mais desenvolvida. A contribuição de seus moradores nota-se nos modos de falar, nos apertos de mãos e o bate papo nas esquinas. A cidade física é obra do povo, a cidade imaterial também é.

Gente que faz a cidade ao construir suas casas, suas empresas, sua vida em Pinhão, e ao evoluirmos pessoalmente, levamos a cidade adiante, dando nossa contribuição pessoal, mas nunca desimportante, para que a cidade seja cada vez mais o nosso espaço, o espaço do seu povo.

Parabéns ao povo pinhãoense por fazer de Pinhão, uma cidade acolhedora! Parabéns aos profissionais do Jornal Fatos do Iguaçu por sua contribuição no progresso de Pinhão, dando voz ao seu povo e mostrando e perpetuando a nossa história.

Alguns momentos (Fotos/Arquivo/Fatos do Iguaçu )

 

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