Uma Semente
Há mais de uma década foi lançada a semente da festa do pinhão, que vem enfrentando muitas intempéries para se transformar numa imponente araucária. Na verdade, ao longo desses anos, o que se percebeu é que a festa do pinhão não tinha em seu cerne semente do pinhão e o que era mais complicante, não se conseguia ver qual era a identidade da festa. Quem vinha à festa para saborear o pinhão, tinha muita dificuldade para encontrá-lo. São doze anos de tentativas, ela não conseguiu ser um atrativo e nem gerar lucro. Mas claro que, esses onze anos de realizações foram importantes, pois foram eles que fincaram as raízes, que indicaram que há um broto, que é possível e necessário que a semente dê fruto e nesse caso especifico, dê muitas pinhas. Parece que a nova gestão, decepcionando a muitos que já tinham a certeza e inclusive haviam propagandeado por ai que a festa não aconteceria, resolveu manter a festa. E propõem uma festa de cara nova, ou melhor, com a cara e o jeito do pinhãoense. Isso é bom. É importante que quem for coordenar a organização da festa lembre que a semente da araucária leva em torno de vinte anos para dar seus primeiros frutos. Assim, começar com os pés no chão, buscando realizar uma festa que seja atrativa para os próprios pinhãoenses, que eles gostem de estar lá, é plantar a semente com a certeza que ela vai germinar. A Araucária é uma arvore linda, imponente, tem um formato único, lembra uma taça brindando a vida. Mas para chegar ao seu esplendor ela leva em média trinta anos, e o mais maravilhoso, brota de uma pequena semente fincada na terra por uma pequena gralha azul. Assim, nascer pequeno, recomeçar com humildade não é feio, nem retroceder é organizar, se preparar para o futuro. É fortalecer raízes, é garantir que depois venham as pinhas e essas ao desfalharem levem o nome do município aos quatro cantos do Paraná e quiçá do Brasil e por que não do mundo?
Capa e Editorial da Edição nº: 783
27/01/2017 - 11:59
Autor: Naor Coelho