13 de Março de 2020

EDITORIAL

                      Temos a melhor, mas para os vizinhos

Por essas bandas esteja trinta graus ou menos um, um chimarrão é bem-vindo. O chimarrão só é dispensado se for de erva-mate ruim ou já estiver lavado. Erva-mate de má qualidade em Pinhão é coisa rara, se pensarmos em erva-mate nativa.

É a Universidade Federal do Paraná quem declara: A melhor erva-mate nativa do Paraná está em Pinhão. Durante anos os vizinhos vêm se servindo dessa preciosidade, comprando levando e industrializando nos seus municípios e com um bom marketing tem conseguido o título de maiores produtores de erva-mate de alta qualidade. Mas a vida é assim, quem para no tempo é ultrapassado e deixado para trás.

A erva-mate sempre gerou dividendos para o municipio, mas muito aquém do que poderia de fato. Há anos o municipio literalmente entrega o ouro para os vizinhos. Porém, como tudo tem um momento de reviravolta, finalmente começa  o desabrochar da valorização da nossa erva-mate.Um processo que será rápido? Não! Um processo que será feito pelos produtores rurais?

Não! Um processo que precisa da união de forças de todos, da administração pública provocando, instigando e promovendo situações que levem à discussão sobre o que se pode agregar de valor a esse ouro verde. Organizações como a Emater e Sebrae auxiliando, uma dando as orientações técnicas sobre o cultivo e colheita da erva-mate, que por aqui dá em abundância, mas que é geniosa na hora de dar suas sementes e mudas.

A outra ensinando produtores e proprietários das ervateiras o marketing e o caminho para descobrir os diversos setores que hoje utilizam seus subprodutos, pois hoje até os chineses querem a danada. Do COMDER para ajudar os produtores a se organizarem, que mesmo o produto direto do pé tem que ser valorizado na hora da venda, que eles não devem competir entre si, mas se organizar para que todos recebam um preço justo pela erva-mate, que é nativa de qualidade e exige cuidado sim.

Orientar os produtores para que eles ouçam os técnicos, pois apesar da poda de erva-mate ser secular, hoje é preciso colher com técnica, os produtores precisam se abrir para a qualificação e profissionalização do plantio à colheita. Até a ACIAP precisar estar em volta dessa mesa que começa a reunir as pessoas para discutir e buscar fórmulas de agregar valor, afinal, o primeiro local que ela deve chegar é nas prateleiras dos mercados locais.

Ufa! Até que enfim que os pinhãoenses começam a se dar conta que a erva-mate pode trazer muito mais que o prazer de beber um chimarrão, ela é uma das molas que pode impulsionar o desenvolvimento local.

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