Francisco Carlos Caldas

Dias desses fizemos releitura, entre outros de um texto feito pelo meu filho no tempo que era criança e estudava na Escola Girassol,  e que foi escolhido para ser lido na reunião de Pais e Mestres,   teve significativa repercussão  pela pureza e beleza de seu conteúdo, e narrativa de não ter ganho um vídeo game. Também feito releitura das crônicas: “ABC das prevenções ou cartilha do bem viver” de junho/1998, “Importância da simplicidade” de abril de 2001, “Cada Louco com suas Manias” de  28/06/2021, “Que linda é a Minha Terra” de 19/07/2021, “O Poder da Música” de   02/02/2022;  “Vida de Pobre” de 17/08/2022; “Cultura  do Desperdício”  de  13/03/2023;  “O aproveitar da Vida” de 22/05/2023.

Num mundo de ostentações, “faz de conta”, aparências, dos calças de veludo e bunda de fora, dos exóticos mendigos com sapatos de verniz, exibicionismos em Redes Sociais;  a simplicidade, o “pé no chão”,  o não dar passos maior que as pernas, infelizmente estão fora de moda.

Há também algumas músicas que mexem com a gente e a nossa origem RURA. Entre outras, “Franguinho na Panela”,   “Que linda é minha Terra”, “Berço de Deus” de Milionário e José Rico, “Guri”, de César Passarinho, “O Colono”, “Velho casarão”, “Tropeiro Velho”. ”Querência  Amada” do saudoso Teixerinha, “Timbre de galo” de Pedro Ortaça, e dias desses ouvi um trechinho de uma música de  nordestino, com o título “Preguinho na chinela”, e que com a do “Franguinho na panela” me inspiraram a esta reflexão.

A gente se criou fazendo uso de roupas de irmãos mais velhos, de dádivas de parentes mais abastados, e fazendo maior aproveitamento das coisas. Meu finado e saudoso pai,  quando ia na casa dos outros e via coisas aproveitáveis jogadas,  principalmente ferragens fazia aproveitamentos, e fez muitas faquinhas artesanais com esses materiais, chocolateiras com latas velhas, utensílios de tafona;  consertou muitas máquinas de costuras com adaptações e criatividade, ajeitou mutas pistolas e revólveres para seus conhecidos principalmente do Faxinal  dos Coutos, montou artesanal turbina geradora de energia elétrica que ele chamava de “minha PU”, por causa da Usina de Itaipu, nessa linhagem do seu jeito de ser e cultura que teve, inclusive como um ser a frente de seu tempo, como piloto de bicicleta de motor  e alemã na década de 1940; canoagem  pelo rio do “Passo Veio” e “Humaita”

Nesse ambiente, e privações e frustrações da vida, não gostamos de desperdícios,  de coisas caras, de não fazer boa utilização das coisas. e estamos trabalhando a cabecinha de minha neta, para que zele das coisas, entre outras coisas ter em mente: “de que quem não zela do que tem não pode reclamar o que não tem”,  o hábito e cultura de  não deixar:  resto de comidas em pratos, luz acesa, aparelhos eletrônicos ligados sem gente assistindo ou ouvindo. E dias desse, coloquei um preguinho na tira de uma chinelinha dela que incentivo a usá-lo a exemplo de duas minhas que também estão com preguinhos. Uns acham isso maluquice, mas este pensante fez isso numa espécie de divertimento e práticas que se tem conhecimento ocorriam no passado, e em pregação e formação  e educação econômico-financeira da neta.

Na vida profissional, política e cidadã, temos constatado muita gente pobre, tendo situação econômico-financeira agravada, por desperdícios, endividamentos,  querer se mostrar, aparentar o que não é o que não tem.

É aquela velha história, cada um com o seu cada um, cada macaco no seu galho, cada um no seu quadrado, cada louco ou são com suas manias, mas o fundamental  é  apontar caminhos, dar orientações, aconselhamentos, alertas, se possível bons exemplos de ações racionais, virtuosas e de simplicidade que gênios com Leonardo da Vinci (1452-1519), enaltecia e da beleza da simplicidadede um cristalino fio d’água, que canta e murmura na mata silenciosa, das palavras da poetisa cruz-machadense Helena Kolody, que viveu nos anos de 1912-2004.

  (Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista, CIDADÃO)

 

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