Francisco Carlos Caldas

Já em várias matutadas escritas, focamos reflexões e a importância de se ter mecanismos de defesa em todos os aspectos das nossas vidas.

Desde  os nossos tempos de professor principalmente de Educação Moral e Cívica e Legislação na década de 1980, em nossas aulas enfativávamos  com veemência a importância das prevenções, racionalidade em gastos e tudo, de se ter mecanismos de defesa para não se meter em frias, cair em golpes, enrascadas, perrengues, prejuízos.

E cada vez mais há necessidade de não se abrir a guarda nessa área. E aquela velha história: cochilou o cachimbo cai;  se bobeou dançou e isso é em todos os aspectos. Até nos namoros o bicho pega, que o diga a “indústrias da gravidez”, golpes do baú, de encostos  que já foi bem impactante em nosso meio.

Constatamos também falta de MECANISMO DE DEFESA, nos endividamentos, compras a prazos, financiamentos, aquisições de coisas não de necessidades reais, essenciais, prioritárias, e  muitos não fazem conta de juros, agiotagem,  taxa SELIC, riscos, etc., e  ignoram coisas básicas da matemática financeira.

Temos o entendimento e idiossincrasia de que está ferrado e em maus lencóis,  quem não souber se defender das tentações do endeusamento do supérfluo, da facilidades do consumismo desenfreado, avais, fiança, ações do capitalismo selvagem, da nova escravidão instalada no  País pelo Capital Financeiro, das facilidades de empréstimos, de gastos com cartões de crédito, em que muitos deixam de pagar integralmente faturas, dos fiados em parcelas a perder de vista em anos; a desgraça dos empréstimos consignados; as renegociações de dívidas, em que as pessoas se atolam e tem situação agravada cada vez mais, e acabam na prática  num contexto de ficar devendo uma vela para cada santo, e um maço para o capeta.

Os conselhos e educação que recebemos do devagar e sempre, do de grão em grão a galinha enche o papo;  do decálogo do estadista Abraham Lincoln, pregado na sala de espera do meu escritório,  de que ninguém consegue estabilidade permanente baseado em dinheiro emprestado; de que não se deve gastar mais do que se ganha.  E ainda de outros legados, de que melhor do que casonas, mansões, carrões, luxo, supérfluos, ostentação é  se ter  foco em rendas, de que temos que ensinar principalmente as crianças,  a pescar no lugar de dar o peixe, e adolescentes a darem valor e preservarem as  coisas, se sensibilizar com o sacrifício  e trabalho que muitos fizeram e fazem para conquistas bens materiais.

Por falta de mecanismos de defesa, castelo como do falecido cantor Milionário em Limeira-SP, mansões de Clodovil, Hebe Camargo e outros, estão em ruínas. Tem que se pensar nos pesados ônus de manutenções.

Há mais de 4 décadas pregamos essa linha de pensamento e atuação em todos os aspectos de nossa vida, mas fracassamos. Nós conseguimos MECANISMOS DE DEFESA, na vida pessoal, profissional, política e de cidadania, mas  em relação a ajudar aos outros, nossas ações não foram exitosas, mas mesmo assim, mais uma vez levantamos essa bandeira de luta.

Minha saudosa mãe, era uma mestra nessa área, e da linha do simples, fácil, prático e melhor, e não gostava de dívida, horror a inadimplência e até risco de alguém da família ter algum título de crédito protestado ou mal do gênero. Desse maravilhoso legado educacional, conseguimos sobreviver e se manter de vida ativa por mais de 5 décadas, sem nunca dever nada a ninguém, mesmo que isso para uns seja, radicalismo, pessimismo, precauções e cuidados exacerbados, burrice ou coisa assim, mas nenhuma arrependimento paira dessa linha de atuação.

Ainda como mecanismo de defesa hoje está muito  na moda e fala, holding familiar e rural, até porque herança/sucessão tem ITCMD de 4% e há projeto no Paraná, de se implantar uma nova tabela, que vai de isenção até certo valor e alíquotas progressivas que vão até 8%. O grupo  do saudoso grande empresário Silvio Santos, tem um holding que hoje é administrada pela filha dele de nome Renata Abravanel. Holding por enquanto é para os mais ricos. Hoje o ser um Microempredndeor Individual-MEI, é um bom mecanismo fiscal e previdenciário.

Odiamos escravidão, temos quase que paixão por SER LIVRE – LIBERDADE, e esse contexto e situação devemos muito a MECANISMOS DE DEFESA, que aprendemos na Escola da Vida, em estudos de Direito, História. Administração Pública, vida profissional, política, cidadã e com minha inesquecível MÃE, fisicamente falecida em 20 de janeiro de 2000.

(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e CIDADÃO).

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