A reunião realizada em Santa Maria, que deveria ser um espaço de escuta, diálogo e encaminhamentos concretos, terminou com moradores saindo cabisbaixos, carregando no semblante a decepção de quem mais uma vez ouviu muito e entendeu pouco. A reportagem publicada pelo Portal Fatos do Iguaçu não apenas registrou o fato, como também ecoou nas redes sociais, onde a população, sem filtros, reagiu com frustração, ironia e uma sensação coletiva de abandono.

As falas nas redes sociais resumem o sentimento popular com crueza. “Falaram muito e não disseram nada”, disse uma moradora. Outra questiona: “Se nem as autoridades sabem o que fazer, como nós, simples cidadãos, vamos conseguir resolver?” A indignação, longe de ser novidade, escancara a distância entre quem vive o problema todos os dias e quem tem nas mãos as ferramentas para resolvê-lo — mas parece não saber por onde começar.

O problema da segurança em Santa Maria não é recente, tampouco isolado. Ele é fruto de um acúmulo de omissões e da ausência de políticas públicas permanentes, que vão além de discursos e promessas em reuniões pontuais. Quando o poder público se limita a “explicar o contexto”, mas não apresenta planos objetivos, cronogramas ou compromissos reais, o que sobra é o eco da insatisfação popular — nas reuniões e nas redes.

Sim, é verdade que não se resolve tudo do dia para a noite. Mas o mínimo que se espera é clareza de intenções e responsabilidade com o tempo e a esperança das pessoas. Cada reunião sem resposta é mais um passo rumo à descrença. E quando a população desiste de acreditar, o tecido social se desfaz — e a violência encontra espaço fértil para crescer.

Cabe ao Executivo e ao Legislativo, como bem lembrou um dos comentários no Facebook, trabalharem juntos — não apenas para aparecer, mas para transformar. A população não precisa de justificativas, precisa de ações. Não precisa de discursos, precisa de presença concreta. Não precisa de mais promessas, precisa de políticas públicas que saiam do papel.

A reunião em Santa Maria deixou uma lição clara: o povo está cansado. E quando o povo fala — seja em reunião ou em comentário de rede social — é bom que o poder público escute. Antes que o silêncio das respostas continue falando mais alto que qualquer discurso.

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