Por Humberto Pinho da Silva
Conheci o Padre Faria, quando participava na missa da Igreja de Santo. Ildefonso, no Porto.
Era sacerdote afável e idoso. Queixava-se, algumas vezes, nas homilias, da sua doença: as pernas não lhe permitiam estar muito tempo sem as descansar.
Um dia, despediu-se dos paroquianos e dos fiéis habituais da sua Igreja. Deixou parte da biblioteca, espalhada sobre bancos da sacristia, para quem as quisesse.
Entre os livros expostos, encontrei alguns autografados pelos autores, com dedicatórias elogiosas.
Padre Faria quando era novo, foi excelente pregador e bastante solicitado para festas religiosas.
Foi substituído por ótimo sacerdote, culto e dinâmico, que muito beneficiou a igreja, realizando obras urgentes.
Decorrido meses, falando com paroquiano, fiquei a conhecer o triste destino do sacerdote.
Devido à idade, já não tinha muitos parentes próximos. Acomodou-se, como pode, na sua terra natal, mantendo a dignidade como sacerdote.
Mas quantos, chegando a velhice, não encontram o repouso e o sossego que merecem?
Se há padres que vivem folgadamente, outros passam-na em dificuldade, e nada conseguem amealhar para o fim da vida.
Nas Igrejas Evangélicas, pelo menos algumas, o pastor recebe ordenado compensador, por vezes, bastante elevado, o que é, motivo de escândalo. Serão pastores de vocação ou profissão? – Que tosqueiam os fiéis, como dizia o bom Frei Bartolomeu dos Mártires.
Conheci pastor, que diziam – seriam as más-línguas? – que recebia, em Portugal, todos os meses, mais que o Presidente da República! Conheci, também, um, que sendo professor de Educação Física, renunciou o vencimento, que tinha direito, como pastor.
Mas, entre sacerdotes católicos?
É tema que pouco gostam de abordar, mas parece-me muito de ser lembrado.
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