Por Humberto Pinho da Silva
Meu pai – que Deus o tenha em bom recado, – apesar das dificuldades financeiras em que viveu, nunca deixou que minha mãe, o auxiliasse. A seu parecer, a mãe, devia ser dona de casa: cuidar do maneio do lar e da educação dos filhos.
Nesse recuado tempo, a mulher só devia trabalhar fora, por extrema necessidade. Era deprimente para alguém, da classe média, viver à custa da esposa.
Seguiam o velho rifão:” o homem abarca e a mulher arca”.
Só as operárias ou algumas licenciadas, exerciam a profissão. Umas, por necessidade, porque o salário do marido, não chegava; outras, porque queriam ser independentes.
A classe média – sempre a mais esquecida pelos políticos, – é que tinha o ” preconceito” da esposa ser, somente, dona de casa.
Os tempos mudaram. A mulher tornou-se autónoma. Deixou de ser dependente do marido. Vive com o conjugue, porque o ama, não porque dependa dele economicamente.
Infelizmente há quem se aproveite dessa mudança. Quem dependa da mulher, não por necessidade – o que seria justo, – mas por comodismo.
Os rapazes da nossa época – pelo menos alguns, – ao procurarem moça para casar, verificam antes se tem bom emprego.
Desta forma, ao libertarem-se economicamente do marido, passaram, em muitos casos, a sustentarem o companheiro interesseiro e preguiçoso…
Se outrora o homem labutava, sem cessar, para sustentar a família, agora alguns (são muitos? Não sei) preferem vagabundear ou a dedicarem-se a divertimentos, à custa do trabalho da mulher.
É justo ambos colaborarem no sustento do lar, mas não me parece digno aproveitar sem necessidade, do trabalho da esposa, como outrora, esta vivia do trabalho do marido.
É bem verdade: que o mundo dá muitas voltas…Mudam-se as vontades e as posições….
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