Prefeituras formam parceria para incentivar o pequeno produtor na produção e melhoria genética de caprinos e ovinos

A ovinocultura e caprinocultura é uma atividade desenvolvida por muitos pequenos produtores de Pinhão e Reserva do Iguaçu. Além de fomentar a economia da família, que pode comercializar a carne, a criação de cabras e carneiros pode se tornar uma atividade que desempenha importante função socioeconômica como geradora de renda (comercialização de animais, carne e peles) e como fonte de proteína de alto valor nutricional para as populações de baixa renda (consumo de animais nas propriedades).

Foi pensando nas potencialidades da caprinocultura e ovinocultura familiar, e tentando auxiliar no desenvolvimento do município, especialmente para a melhoria das condições de vida das populações que vivem no meio rural que as secretarias Municipais de Agricultura e Pecuária de Pinhão e Reserva do Iguaçu fizeram  uma parceria para incentivar a produção de ovinos e caprinos.

“O Pinhão tem um potencial grande de produtividade para criação de cabras e carneiros, e em conversa com alguns produtores de Virmond, ouvimos falar da associação Caprivir na região, que auxilia os agricultores na criação de ovinos e caprinos, por isso, pensamos na criação de um programa que buscasse o incentivo aos pequenos produtores”, contou o secretário de Agricultura de Pinhão, Darci Jocoski.

Parcerias

A primeira articulação ocorreu no início do mês passado num encontro na câmara de vereadores de Pinhão promovido pela Cantuquiriguaçu em parceria com a Associação de Criadores de Caprinos de Virmond e Região – Caprivir, reunindo produtores de Pinhão e Reserva do Iguaçu a fim de discutir a criação, manejo, reprodução, entre outras questões. Como a proposta foi muito bem aceita, aparecendo vários produtores interessados, Darci explicou que entrou no planejamento de 2018 a elaboração do programa de incentivo à criação e exploração de ovinos e caprinos e que a proposta do programa foi muito bem recebida pela prefeito Odir Gotardo,(PT).

Após o encontro já foi realizada a parceria com o Instituto Agronômico do Paraná de Pato Branco (IAPAR), que fará o repasse de um reprodutor para cada 15 fêmeas para o agricultor pelo custo de R$ 100,00 cada, desde que esse produtor esteja cadastrado na Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR), e associado na Caprivir.

Além do IAPAR repassar o reprodutor por um valor bem abaixo do mercado,  que chega em torno de R$ 500, a Caprivir se comprometeu a comprar a carne dos animais para comercialização, pois o município de Virmond não vence a demanda de produção da carne, ou seja, uma ótima oportunidade de fonte de renda para o pequeno produtor..

“Acreditamos que no início do próximo ano este projeto esteja ativo, pois já temos cerca de 20 produtores interessados na criação, e para isso precisamos que eles se cadastrem na ADAPAR e se associem na associação de Virmond. Gostaria de ressaltar as parcerias que são fundamentais para este projeto que já teve um pontapé inicial: Prefeitura, IAPAR, EMATER, CAPRIVIR, Cantuquiriguaçu e ADAPAR”, destaca Darci.

Agricultores

Sebastião da Silva Valter (Basto) é agricultor há 14 anos na localidade Alecrim. Ele tem criação de carneiros e comenta as dificuldades em relação à comercialização da lã e da carne.

Sebastião Valter, criador de carneiros (Foto: Elis Carraro/Fatos do Iguaçu)

Sebastião Valter, criador de carneiros (Foto: Elis Carraro/Fatos do Iguaçu)

“Nós enfrentamos alguns problemas, por exemplo, perco o lucro da lã, pois, vem um tosquiador de Guarapuava, e nós trocamos a lã pelo tosa porque não tem quem faça essa tosa e eu não tenho máquina. Ai ele leva para o Rio Grande do Sul e comercializa lá. Outra dificuldade é em relação aos cachorros, seja de vizinhos ou de caçadores, que às vezes atacam nossa produção levando à perda muitas ovelhas e carneiros”, comenta o agricultor.

Basto também expõem a dificuldade na venda da carne, pois só pode vender o animal vivo, já que não há recursos de manejo ainda disponíveis para carnear o animal. “Eu vendo muitos carneirinhos agora no final de ano para o Natal, em torno de 15/20, o pessoal compra muito para a ceia de fim de ano e por isso eu achei muito boa essa iniciativa, acredito que tem tudo para dar certo, vamos nos cadastrar, aderir ao programa, melhorar a reprodução genética dos nossos carneiros e investir nesse nicho”, diz.

Marisa Piechmienski, criadora de caprinos (Foto: Elis Carraro/Fatos do Iguaçu)

Marisa Piechmienski, criadora de caprinos (Foto: Elis Carraro/Fatos do Iguaçu)

Outra produtora é dona Marisa Piechmienski. Ela e o esposo João Maria de Mores possuem um pequeno plantel de cabritos para consumo próprio há 3 anos, mas pensam em aumentar a produção, expandir o pasto e entrar para o mercado de carnes e leite. “Nós queremos participar do programa, nos cadastrar e conseguir mais um reprodutor, esse que temos pagamos 400 reais, e agora podemos ter a possibilidade de comprar por 100 reais, é bem vantajoso para nós”, comenta a produtora.

O programa está sendo implantado e a previsão é que no inicio do ano as produções possam começar a crescer gerando comercialização de animais, carne e peles, e aumentando a renda familiar dos pequenos produtores. .

 

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