Na edição 571 de 23/11/2012, foi publicada uma crônica de nossa lavra intitulada “Um novo olhar sobre associações e entidades”.
O foco principal era as Associações Comunitárias de Bairros e Rurais, e já em relação a Associação São Francisco-ASFAPIN, que lida com o Lar do Idoso, e lá há quase 11 anos atrás, já nos referíamos a ela como um pé 44 num sapato 32.
Acompanhamos o Lar do Idoso desde o seu nascimento, muitas vezes atuamos como Conselheiro Fiscal, somos pequeno sócio contribuinte há anos, doamos as Bufunfas que recebemos de 3 imóveis das taxas de coleta de resíduos, este anos vamos doar novamente, já fizemos algumas outras ajudas jurídicas. Enfim, temos ligação afetiva e sérias preocupações com Lar do Idoso, que há décadas presta relevantes serviços a sociedade pinhãoense, de tradição e credibilidade de cuidar otimamente dos nossos idosos e até mesmo de outras pessoas vulneráveis que por uma circunstâncias ou outra acabaram indo para lá.
Órgãos com o Ministério Público, e que são fiscais das leis e por dever de ofício, já tomaram várias medidas para a Associação e Lar do Idoso se adequar, nos acolhimentos e regularização do pessoal que lá prestam serviços. E a Associação está em apuros, e senão for encontrado uma ajuda de maiores receitas, vai ter que encerrar atividades, e os idosos lá abrigados vão ter que ser de volta acolhidos por seus familiares os que os tem, ou o Município vai ter que ampará-los como faz com os acolhidos na Casa Lar.
A situação está insustentável, angustiante e são um contingente de heróis, os que estão a frente e trabalhando na entidade.
Nos últimos 9 anos, mas de forma impactante nos últimos 2 anos lidamos com um idoso, doente e vulnerável e sentimos na pele quão árdua é essa missão. Agora já dá para imaginar, lidar com em torno de 40. No Lar do Idoso são mais de 20 colaboradores, mas com escassas receitas pagar pessoal em atividade 24 horas por dia, é o “nó górdio”, o “calcanhar-de-Aquiles”, uma espécie de “Deus nos acuda”, quase que não se tendo palavras para retratar quão caótica está a situação.
Ter crédito é bom; ter dívidas não é bom e não honrá-las, e ficar inadimplente é muito ruim, horrível, triste.
Atenuantes e soluções não são nada fáceis. Não é a primeira nem será a última Associação a ter dificuldades de receitas e de se manter. Não é a hora de “ataques”, achar culpados, mas o “bicho pegou”, a situação está periclitante, e de momento só se vislumbra paliativos, como por exemplo maior aumento de repasses do Poder Público Municipal, mas essa saída é também juridicamente delicada e há que se ter empatia (se colocar no lugar do outro) em relação a problemática. E referente ao Lar do Idoso, uma pergunta que paira no ar: o que você faria a respeito se fosse o Prefeito do Município?
Nessas horas, ser agente político, ser gestor público, não é fácil, mas sim árdua missão. A Câmara e Vereadores estão dispostos à ajudar, mas isso não é tudo e o suficiente!
Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e CIDADÃO).
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