No final de semana de 4 a 5/12/21, lemos o livro “ Qual é a tua obra?”, do professor, filósofo, e escritor Mario Sergio Cortella, que ao lado de Leandro Karnal, Ariano Suassuna (falecido em 2014) fomos e somos fã de suas falas, vídeos e palestras.
Num primeiro momento o comum ao se falar em obra, é a gente pensar, em coisas físicas e materiais feitas. Construção de uma casa, prédio, organização de um sítio, uma fazenda, uma atividade econômica, formação de uma família, ter gerado tantos filhos, escrito algum livro, plantado árvores.
Só que a obra que o autor fala, é algo mais amplo, como entre outros coisas, ser reconhecido, saber aprender, encontrar-se naquilo que faz, ter humildade, aproveitar oportunidades, enfrentar medo e velocidade das mudanças, combater o bom combate, saber administrar o tempo e coisas; ser ético e íntegro, ser ambicioso (não ganancioso), saber distinguir o que é essencial, fundamental e supérfluo, e aí por diante.
Entre outras coisas, ficamos impactado, com o informe de que o sol é uma estrela que a Terra gira em torno dele, e é uma das 250 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, e que estamos numa – a Via Láctea, que é uma das 2 trilhões existentes. Que nós chamados de homo sapiens, somos uma entre três milhões de espécie; que cada um de nós somos um dos 7,8 bilhões habitantes da Terra, e um dos 213,3 milhões do Brasil, e ainda tem gente que se acha, pensa sero tal, bam bam na ordem do dia, e que esquecen que da vida a gente só leva a vida que a gente leva, como dito por Aparício Torelli (Barão de Itararé), e a célebre advertência de Benjamim Disraeli de que “A vida é muito curta para ser pequena”.
Na política há obras que se identificam muito com quem esteve na linha de frente; entre outras: a construção de Brasília e mudança da Capital do Rio de Janeiro para lá, no Governo de Juscelino Kubitscheki; nos anos de 1957-1960; no Paraná, a construção em 1953 do Centro Cívico por Bento Munhoz da Rocha; a construção da Itaipu Nacional pelo Governo Militar nos anos de 1975-1984 e a ponte Rio-Niterói, de 13,29 kms., construída nos anos de 1968-1974.
Em termos de Município de Pinhão, cada Prefeito tem suas obras de ações de Governo, e cada uma merece uma análise acurada, de méritos e problemas nas realizações, pois, a obra do livro de Mario Sergio Cortella, no nossa idiossincrasia vai além dos aspectos físicos, e há inserções de inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética.
Em termos de obras, principalmente em busca de votos para se chegar e se manter no Poder na área da Vereança, as coisas são bem complicadas, pois, a regra e o comum, está em Vereador, fazer indicações, reivindicações, mas quem Executa é o Poder Executivo (Prefeito, Secretários e equipe), e fica difícil identificar Vereadores com obras realizadas, fora do aspecto pedição, que até mendigos fazem, e indicações (sugestões) pouca acatadas. E o processo fiscalizatório que é o essencial, raríssimos são os que se dispõem a fazer de forma eficaz, eficiente e efetiva, e até porque é trabalho árduo, delicado, desgastante do ponto de vista político e eleitoral, e só atraente nos discursos (falas) em busca de cair nas graças da galera insatisfeita, que o diga o lamentável e inédito ocorrido com o projeto de lei nº. 01/2021, de 15/02/2021.
Nas nossas Vereanças, e na linha do pregado na obra do professor, filósofo e escritor Cortella, tivemos em termos de obras, alguma participação entre outras, na elaboração da Lei Orgânica Municipal-LOM, em que atuamos como Relator; autoria do Regime Interno da Câmara, instalação da COAMO em Pinhão, sede própria do Fórum, Cemitério Frei Francisco e antiga lei de Cemitérios; programa de planejamento familiar “filho desejado”, do rol de empenhos do Executivo para a Câmara, 9 Vereadores para as legislaturas 1993-1996 e 2001-2004; luta inglória de regularização fundiária urbana por equipe multidisciplinar, vencida por interesses escusos, burrice e/ou desonestidade de dirigentes; só para dar uma ideia de quão árdua são as realizações nesse setor.
E por essa e outras, que muitos Vereadores, na luta por obras, concretude de coisas, atuam mais e quase que só, em indicações, reivindicações, concessões de vantagens e benefícios para o funcionalismo e população, na linhas cortesias com o chapéu alheio; busca de emendas junto a parlamentares, que na prática os transformam em cabos eleitorais de luxo de deputados, e casos que resultam até em alguns ex virarem funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa do Paraná, na garupa, pretexto de assessoria de interior de deputado, e que na prática pouco ou nada fazem, além de militância partidária e política própria e de deputados custeadas pelo Povo, que muitos por limitações para não dizer outra coisa, não percebem a essa indecência, nojenta e ímproba pouca vergonha.
(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e cidadão).
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