Humberto Silva Pinho

Por Humberto Pinho da Silva

Em 1749, a Academia de Dijon, realizou concurso sob o tema: ” Terá o progresso da Civilização Contribuído para o Aperfeiçoamento Moral do Homem?”

Vários enciclopedistas disseram: Sim. Mas Rousseau respondeu: O homem nasce bom; a sociedade é que o corrompe e o torna mau. sendo assim, necessário é abandoná-la, criar a nova sociedade racional.

Em 1762 Rousseau publicou o ” Emílio” ou ” Da Educação”, que obteve grande sucesso e influenciou determinantemente na educação do século XIX e XX.

Trata-se de romance pedagógico, que retrata a educação de órfão, nobre rico, desde o nascimento até ao casamento.

Rousseau era órfão de mãe. Nasceu em 1712 e foi criado no seio de família de raízes evangélicas.

Respeitava a Bíblia e Cristo, admirava Sua doutrina, mas não acreditava numa religião de instituições. Defendia a necessidade de aniquilar a sociedade e criar uma nova, não evoluída de existente. Ideias que lhe valeram forte contestação e perseguições de católicos, evangélicos e até de políticos.

O respeitado historiador brasileiro, Armando Alexandre dos Santos, Membro da Academia de História, de Lisboa, escreveu numa publicação paulista, curioso artigo, em que narra pitoresco episodio, ocorrido entre comerciante suíço, admirador do método exposto no ” Emílio”, e o filosofo, quando se encontrava nos últimos anos de vida.

Segundo o Professor, baseando-se no livro de memorias da Baronesa de Oberkirch, dama alemã que acompanhou a princesa que casou com o filho de Czarina Catarina, Grão Duque Paulo. travou-se o seguinte diálogo entre Rousseau e o negociante, em que o comerciante lhe contou que educara os filhos, segundo pareceres expostos no ” Emílio”.

O escritor e filósofo escutou-o detidamente e, após breve reflexão, proferiu com arrojo:

– ” Se educa seus filhos segundo as orientações que expus no ” Emílio”, devo-lhe dizer – que é um grande animal.”

Embora o filosofo acreditasse no método, é natural, que na velhice, tivesse dúvidas da eficácia. Provavelmente realizaria alterações.

Daqui se conclui: que nem toda a teoria se deve seguir, sem refletir, mesmo quando provem de um Rousseau.

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