Por Nara Coelho
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No sábado, 13 de julho, no espaço do Cantinho da Democracia, Georgina Dellê Caldas, sob muita chuva e após uma forte chuva de granizo em Pinhão/PR, foi fundada a Confraria dos Cavalheiros da Boca Bendita de Pinhão. A Confraria Boca Bendita nasce sob a inspiração da Boca Maldita de Curitiba. Os idealizadores fazem questão de deixar claro que a proposta é ser algo sem frescura, com regras bem simples, apenas para não haver distorção da ideia original, que é ser um encontro de cavalheiros para manter a memória do município viva e criar um ambiente onde possam surgir boas e construtivas ideias em prol do município.
Sem grandes pretensões
O jornal Fatos do Iguaçu conversou com Jacir Thadeu Ferreira Dellê, o Tadeuzinho, um dos idealizadores da Boca Bendita. Ele afirmou: “A nossa intenção, sem muita pretensão, é criar um espaço parecido com o que temos em Curitiba, a Boca Maldita. É um local para conversar sobre política, cultura, esporte, um lugar onde as pessoas se encontram e trocam ideias, preservando a memória da cidade”.
Thadeu explicou que a proposta é ter na Confraria representantes das várias famílias que formam a comunidade pinhãoense. “Nosso objetivo na primeira reunião era reunir representantes de diversas famílias e ir agregando ao longo do tempo. Infelizmente, devido às fortes chuvas de granizo, tivemos menos convidados do que esperávamos”.
Mesmo com a chuva, a Confraria nasceu com representantes de várias famílias do município. “Contamos com a presença do Tiquinho, que é neto do Zeca Bischof, um historiador, além de membros das famílias Dellê, Kinceler, Lustosa, Mendes, Caldas, entre outras. A proposta é manter vivas as histórias do cotidiano dos pinhãoenses”.
Saudoso Castelinho
Ele contou que o extinto Castelinho, que ficava na esquina entre a Trifon Hanycsz e a XV de Dezembro, era um ponto de encontro por muitos anos, onde os homens conversavam sobre tudo.
Porém, tudo começou na agropecuária do agrônomo João Artêmio. “Nessa agropecuária, as pessoas que gostavam de bater papo se reuniam ali, como o Airtão, o Mauri Mendes, entre outros. Quando a agropecuária fechou, o povo migrou para o Castelinho, que por 40 anos foi o ponto de encontro dos formadores de opinião. Quem fundou o Castelinho foi o Dinis Maciel. Frequentavam lá Alceu Bolacha, Neo Domingues, Mauro Jacaré, tio Maia e muitos outros. A ideia é manter viva essa história e ir agregando mais histórias e memórias”.
É de cavalheiros
A Confraria não é uma instituição com pretensões beneficentes, mas sim cultural. É um espaço para a explosão de ideias e preservação da memória do município, formada por cavalheiros. “Respeitamos as mulheres. Em alguns momentos, vamos colocar nas redes publicações de mulheres, como, por exemplo, a dona Carmen Silva, que é uma historiadora informal, ou de escritoras como a dona Teresa Barbieri, que traz consigo a história da educação. Vamos ter, sim, espaço para as mulheres, mas a Confraria é de cavalheiros. Só serão inscritos na Confraria os cavalheiros. É baseada na de Curitiba, onde você vê mulheres participando, mas na ordem, só se inscrevem cavalheiros”.
Todo dia é dia de Confraria
Como o Castelinho fechou, hoje a proposta é ter como espaço da Confraria dos Cavalheiros da Boca Bendita a bifurcação da avenida Trifon Hanycsz com a rua XV de Novembro, ou seja, o cantinho do calçadão que forma um espaço onde hoje as pessoas já se sentam para prosear, bem em frente ao antigo Castelinho. “Os encontros irão acontecer espontaneamente e diariamente, com as pessoas se achegando ali, sentando-se nos bancos e conversando, trocando ideias. Existem aspectos da vida do município que vão para os arquivos históricos, mas outras histórias não vão. As histórias do Zoraldo Rocha, enquanto a geração dele estiver aqui, estarão vivas. Mas é preciso cuidar para que não se percam, como tantas outras histórias dos munícipes. As pessoas vão sentar-se ali para conversar e trocar ideias, contar histórias e causos dos pinhãoenses”.
Fica a Sugestão
“Quando o Odir, que é um dos que queremos que faça parte da Confraria, foi prefeito, contei para ele a nossa ideia. Ele nos disse: ‘A ideia é joia. Se vocês criarem, eu organizo a esquina, colocando bancos novos, até um quiosque e uma placa com a data da fundação da Confraria, para ficar um lugar bem joia para o povo se encontrar, mas demoramos para fundar a Confraria’. Fica aí a sugestão para o próximo prefeito”.
Página nas redes sociais
Como a Boca Bendita de Pinhão nasce na era das redes sociais, Thadeu contou que a Confraria vai criar uma página no Facebook para manter as pessoas atualizadas sobre as histórias da “Terrinha”.
Um encontro anual
A diretoria da Confraria dos Cavalheiros da Boca Bendita de Pinhão ficou composta por Jacir Thadeu Dellê como presidente, João Maria Rocha Bueno (o Doio) como vice-presidente, Francisco Bischof Ferreira (o Tiquinho) como secretário e Francisco Carlos Caldas como tesoureiro.
Haverá um encontro anual no dia 13 de julho, com todos os cavalheiros. “Ficou dia 13 porque é o dia da fundação da Confraria”.