
Gostamos muito de causos e piadas e há tempos estamos colecionadas alguns e algumas, mas na hora que vamos contar do nosso jeito perde graça e encanto.
Causos um irmão meu de saudosa memória, contando é uma coisa, e engraçado, e muitas vezes ele mesmo começava a dar risada anda de terminar de contar. Ela era uma espécie de esboço, rascunho, a raíz rústica do Rolando Boldrin de quem fomos muito fã e sentimos muito sua partida antes do combinado como ele costumava dizer.
Mas o foco maior desta reflexão, são as piadas, que vão das do Joãozinho as de papagaios. Por gostar de piadas, que fomos fã de carteirinha de Chico Anísio, Ari Toledo, Rolando Boldrin, Jô Soares e de alguns vivos como Tom Cavalcanti.
Nas piadas do Joãozinho ele é em regra o mais sabido e que se sai melhor e na linhagem do Zé Carioca e malandragem, esperteza, “jeitinho” que está no DNA da formação cultural do povo brasileiro. Na linha do que ocorria o Didi Mocó na época dos Trapalhões.
Uma piada de Joãozinho: se disse entender de Santos, para ganhar emprego em loja que vendia imagens. Chega uma mulher para comprar a imagem de São Jorge, e ele trouxe uma de São Pedro com a chave do céu. A mulher indaga, mas ele não tem um cavalo. Tinha mas vendeu, e comprou um carro, e está com a chave nas mãos.
Por um episódio ocorrido no dia 1º/01/1999, em que um Joãozinho do Faxinal dos Coutos, pegou cordas e mais do que alimentos estava interessado numa rede, fizemos uma reflexiva crônica “UMA REDE PARA JOÃOZINHO”, publicada na edição de nº. 38 de janeiro de 1999, do Jornal Fatos do Iguaçu.
A gente precisa de arte e simplicidade para sofrer menos e morrer o mais tarde possível das verdades da vida.
Causos fica mais fascinante quando a gente conheceu ou conhece os personagens. O saudoso parente e amigo Zorardo de Deus Rocha, era contador de causos, e mutas coisas engraçadas ocorridas com outros, jogavam no lombo do tio Zora.
Na Boca Bendita como associação informal fundada em 13 de julho de 2024, estamos pensando em promover um concurso de causos e piadas, como acumulação de pontos para ao final de um período, troféu simples para os vencedores.
Em Pinhão, “feras” de causos e piadas já se foram do nosso convívio terreno. Meu mano Ari tinha uma lista de contadores de causos, entre outros: Albari Ferreira Caldas, Fleury Ferreira de Lima, José e Áureo Ferreira Martins, Sebastião Silvio da Silva, Onésio Nogueira, Zorardo de Deus Rocha, todos de saudosas memórias.
Questão delicada são as contações de causos e piados em velórios de pernoites, e de forma maior nos tempos de velório nas moradias dos falecidos e no interior. Era uma estratégia para encurtar as noites, mas as vezes o pessoal se excedia em risos, gargalhadas, até de forma meio desrespeitosa aos familiares do ente querido. Hoje velórios em capelas, em que a regra são rápidas passagens, os causos e piadas diminuíram. Esta abordagem é de coisa séria mas mais para descontrair um pouco diante do contexto local.
(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e CIDADÃO).