03 de maio de 2019

EDITORIAL

Equidade,Organização, Emoção

A semana que passou teve muitas noticias de segurança, o show do cantor Daniel na 14ª Festa do Pinhão andou na cabeça e boca do povo, mas, me desculpem, o tema desse editorial só pode ser um, o Ato de Escrever que, consequentemente, está o ato de ler, pois é a leitura que torna o bicho homem mais gente, que eleva o conhecimento, que nutre a emoção que eleva a alma.

Quem tem o dom de escrever é um pouquinho diferente, tem um tiquinho de anjo no sentido de olhar para aquilo que é nada, que é senso comum e transformar em coisa rara, em beleza primorosa. Assim, não dá para deixar passar em branco o Sarau dos Escritores, que deu uma verdadeira aula de equidade, pois na poltrona do escritor não tinha valor o diploma, o título, a profissão, se havia sentado no banco da faculdade ou apenas nos bancos do antigo primário.

O que importava ali era a sensibilidade, o jeito diferente e encantador que quem escreve tem de ver a vida. Na poltrona do escritor, aquele que muitos passam por ele e não dão muito bola porque está lá a varrer a rua, virou estrela de primeira grandeza, e o senhor das leis que sempre se mostra sério e até carrancudo, abriu o peito e foi só emoção ao falar de suas crônicas.

A poesia não tem idade, ela esteve lá com as poetisas vividas experientes que declamaram seus versos sobre o Pinhão amado, sobre o cotidiano e o amor veio pelas mãos e coração de uma jovem que ao sentar na poltrona do autor, com toda sua singeleza, se fez grande e se mostrou dona de si, ou melhor, do dom de escrever.

A poltrona foi democrática, a equidade e a emoção reinaram, nela teve crônica, poesia, texto técnico, música, história infantil, histórias sobre o município, autores e co-autores e até a confissão de um sonho de ver a poesia virar letra de música e música gaúcha.

Assim, é preciso que tiremos o chapéu à equipe da secretaria de Educação que instigou, promoveu e organizou o grupo de escritores e o Sarau. Como é preciso voltar a tecla e dizer não precisa ser evento e ações grandiosas para fazer a diferença e o desenvolvimento seja econômico, cultural ou social, o que precisa é olhar para os potenciais locais e buscar formas de juntos fazer o potencial explodir, dar frutos.

Mas é preciso ficar atento para que a praga da descontinuidade que sempre ronda o Pinhão não tome conta, assim, espera-se que o Sarau dos Escritores tenha vindo para ficar, que, como nasceu no clima da democracia e equidade, tenha força para superar os egos, as diferenças, os interesses pessoais e a politicagem, porque, afinal, a poesia não tem cor, credo, partido, religião, só emoção e coração.

 

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