Uma tragédia… Quatro Assassinatos
A semana não foi das mais fáceis, ainda não chegara ao meio dia do domingo e a triste notícia da morte do jovem deputado estadual Bernardo Ribas Carli e dos dois pilotos do avião, que eram tão jovens como ele, já estava circulando nas redes sociais. Essa noticia se mistura com a morte de uma jovem advogada de Guarapuava, que em algumas redes sociais vinham como se ela tivesse pulado da varanda do seu apartamento do quarto andar, em outras que seu esposo é quem tinha provocado a queda. Bem, só essas duas notícias já eram suficientes para abalar a população de Pinhão e região.
Mas, como dizem os antigos, quando a bruxa está solta, o estrago nunca é pouco. Na segunda-feira, uma nova noticia abalaria Pinhão, o assassinato de quatro irmãos. Desde então, essa frase foi muito ouvida, “Três tragédias numa semana só é muita coisa”. Bom, é preciso separar os alhos dos bugalhos. Tragédia é algo que está além do controle humano, que é provocado pelas forças da natureza ou por forças espirituais. O que aconteceu com o deputado Bernardo e os pilotos foi uma tragédia, ninguém queria, premeditou, usou de violência, foi um acidente.
Para os ateus, obra do acaso, para os que creem, uma decisão de Deus, e com ele não se discute, se resigna à sua vontade, afinal, ele sabe muito mais da vida de todos do que qualquer um. Para os que ficam, fica a saudade, o susto, a certeza de uma carreira brilhante interrompida. Mas a certeza que o jovem Bernardo marcou vidas e fez muito mais em 8 anos que muitos políticos fizeram em vinte de mandatos pela região de Guarapuava.
Mas, quando há violência, mesmo sem premeditação, não é tragédia, é crime, é desrespeito com a vida humana. Quando o que ocorre é uma emboscada que mata três jovens e uma criança, ai não é tragédia mesmo, é crime brutal. E isso tudo por por causa de um pedaço de terra. Há tempos duas famílias vêm se matando, só nos últimos tempos, entre homens e mulheres, já morreram dez.
E contra esse tipo de crime, não há número de policiais, sistema de segurança pública que dê conta, pois aqui é a vontade deliberada, movida pelo ódio cego de matar. Que leva a que? A algumas mães ficarem com o coração amargurado, o olhar triste, porque as vidas dos seus filhos valeram menos que um torrão de terra. E para deixar outras mães angustiadas, desesperadas, imaginando, se torturando cada vez que o filho sai de casa se voltará ou se será vítima da vingança.
Para tentar parar o ciclo cruel da vingança, é preciso que os pais, os mais velhos e as mulheres que embalam seus filhos, ensinem desde pequeninos que, nenhuma terra vale a vida de ninguém e que a vingança só traz a dor e tristeza. É preciso que a comunidade que está perto, que sabe quem são os assassinos, os que emboscaram hoje e os de ontem denunciem, para que a justiças possa fazer a sua parte condenando e trancando aqueles seres humanos que ainda não aprenderam que o ódio e a vingança não são bons conselheiros e que nada, nada mesmo na vida justifica tirar a vida de alguém.