É preciso garantir a democracia

Essa semana os eleitos no pleito eleitoral de 2016 foram diplomados, o juiz eleitoral Vinicius de Mattos Magalhães chamou a atenção para a crise que o pais passa, ou melhor, para as crises econômica e institucional. E com certeza a institucional é mais grave, a econômica tem seus reflexos sentidos mais rápidos. Na institucional, os reflexos na vida cotidiana demoram um pouco mais para serem sentidos, mas seus estragos são maiores e mais profundos. Democracia é uma construção diária e exige muito do povo que escolhe viver sobre seu teto. Sem dúvida alguma é a forma mais digna e justa de uma nação caminhar. Os brasileiros descobriram há pouco tempo o que é viver em democracia e ainda estão aprendendo a ser democráticos e a conviver com ela. Nesse momento de crise é essencial que todos a compreendam e se manifestem, pois caso contrário pode-se passar a viver numa pseudo democracia ou, pior ainda, regredir para uma ditadura. Para garantir que essa jovem democracia brasileira se firme e venha a se tornar uma bela senhora é essencial que se respeite e se harmonizem os três poderes – judiciário, legislativo e executivo. Para isso, é fundamental que o detentor do poder maior, o povo, exija ser ouvido e mais ainda, compreenda e estude os projetos que hoje transitam no congresso nacional e neste sentido, o juiz Vinicius foi mais que feliz em suas palavras, foi contundente e como dizem os brasileiros, na mosca. “0s poderes, diz a constituição, são independentes, mas também harmônicos entre si e é essa harmonia que dita o tom e a melodia do nosso país. Sem ela não somos um estado democrático de direito. É preciso que haja um sistema para coibir excessos inclusive sobre tudo do poder judiciário. No  entanto, esse sistema precisa ser amplamente debatido, sem regime de urgência com a população, com todos nós, com parcimônia e sobre tudo para que todos nós saibamos os detalhes das propostas, para que o povo titular do poder saiba o que está acontecendo na nossa república”. Estamos em um momento que mais que defender bandeiras, lados políticos, interesses partidários é preciso que nos unamos e defendamos a democracia. É essencial que nesse momento cada brasileiro ocupando ou não um cargo eletivo pense no bem maior, que é a garantia de um estado democrático. Para isso é preciso abandonar as cores das bandeiras partidárias e se agarrar, enrolar nas cores da bandeira nacional para que cada um vire todos. Não é uma luta fácil, vai exigir muito de todos. Porém, como bem lembrou o promotor de justiça Bruno Ishimoto ao citar Mario Quintana, a ternura deve ter presença garantida ao lado dos que lutam pela coletividade e pela democracia e a esperança, mais que uma companheira, deve ser a luz que vai levar a nação a atravessar o túnel escuro dos desmandos, corrupção e injustiça e a chegar a uma pátria justa e próspera.

 

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