Marinaldo Rattes, advogado | Foto: Naor Coelho/Fatos do Iguaçu

O advogado criminalista, Marinaldo Rattes, procurou a redação do Fatos do Iguaçu para dar a versão dos fatos dos seus clientes, os proprietários da Lili Pizzaria, Carlos e seu filho Jean, que na noite de quinta-feira, dia 10 de fevereiro, em um confronto com Leandro Rocha, acabaram matando-o dentro do estabelecimento.

Versão dos clientes

O advogado relatou que Jean Carlos da Silva Fernandes Pinheiro e seu pai, Carlos Fernandes Pinheiro, proprietários da Lili Pizzaria, discorreram  os seguintes fatos:

“Quando Leandro chegou na Pizzaria, já não havia mais clientes, estava a família e os funcionários, a porta já estava encostada, o Leandro abre a porta, entra, fica alguns instantes no estabelecimento e sai. Ninguém da pizzaria, seu Carlos ou demais pessoas no local conheciam Leandro. Em seguida, Leandro retorna, entra e vai direto ao caixa entrando atrás do balcão, seu Carlos, pergunta a ele, o que você precisa? Ele, de forma agressiva, respondeu, eu só saio daqui se me matarem, se for morto, e nesse dado momento ele parte para cima do seu Carlos e se inicia uma luta corporal.

Seu Carlos então pega a sua pistola, que está próxima ao caixa e dá um único disparo no chão, mesmo assim Leandro não o soltou”.

A chegada do filho

Marinaldo Rattes, advogado | Foto: Naor Coelho/Fatos do Iguaçu

O advogado continuou relatando, “O Jean, filho do seu Carlos, que estava trabalhando nos fundos da pizzaria, ouviu o disparo, vem, vê a briga e volta à cozinha e pega da sua mochila sua pistola, coloca na cinta e vem até o local tentar separar a briga. Nesse momento que ele chega, o Leandro está segurando a mão do seu pai que está com a arma, e com a outra mão o Leandro dá uma gravata no Jean, no sentido mata leão, e traz Jean próximo ao seu peito e nesse momento Jean saca a arma e faz alguns disparos”.

Segundo o advogado, a perícia balística é que vai deixar bem claro quantos disparos foram, “Esses laudos demoram um pouco, mas parece que foram três disparos”.

O advogado informou que a arma usada pelo empresário Carlos era uma pistola 380 e o Jean estava com uma pistola 9mm, as duas estavam legalizadas e os documentos foram apresentados para a polícia militar. As armas foram apreendidas.

Não foi dado flagrante

Uma das perguntas feitas a Marinaldo, é porque não foi dado flagrante, (ouvir áudio abaixo), “Eles não foram presos, não há flagrante porque a primeira percepção dos policiais é que os proprietários agiram em legítima defesa, que são ouvidos pelo delegado, em seguida, o delegado ouviu as testemunhas, que eram os funcionários da pizzaria e por último, os meus clientes, como os depoimentos foram convergentes para uma única versão, onde o Leandro faz toda essa peleia, o delegado entendeu que não havia os requisitos para decretar a prisão preventiva, nem flagrante delito”.

O advogado informou que seus clientes estão em liberdade e não se encontram no município do Pinhão, que a polícia civil está informada onde eles se encontram.

Como não foi classificado como flagrante delito, o delegado tem o prazo de até 30 dias para encaminhar o processo para o juiz. “Como os indiciados não estão presos, se o delegado precisar, ele poderá pedir mais prazo para concluir o processo” informou o advogado.

Como corriam boatos na cidade que Carlos já tinha sido militar, essa indagação foi feita e o advogado afirmou que não, “Nenhum dos dois foi militar, nem do exército nem da polícia militar”.

Na próxima semana, a equipe jornalística do Fatos do Iguaçu procurará ouvir o delegado Bruno Miranda Maciozek, titular da delegacia de Polícia Civil de Pinhão.

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