07 de fevereiro de 2020
EDITORIAL
A mudança deve começar nos que elegem
A notícia do encontro dos partidos políticos AVANTE e PROS deu Ibope e mexeu no tabuleiro das eleições desse ano. Chamou a atenção o número de representantes políticos de outras agremiações no encontro, o que já era esperado por quem acompanha os bastidores da política.
Esse ano, sempre que uma ou mais pessoas de mesmo partido ou partidos diferentes estiverem reunidos vai ser motivo de observação e especulação no meio político, o que é normal, pois é ano de eleição. O que não deveria ser normal é as pessoas transformarem tudo em política ou politicagem. Uma das reportagens dessa semana é sobre a Tropeada de Reserva do Iguaçu, que acontece há duas décadas.
O evento reúne muita gente, a participação é das famílias reservenses e da região porque as tropeadas são atividades familiares. Apesar de acontecer há 20 anos e envolver muitas pessoas, ainda há quem a veja como um mero ato político. Assim todos ficam alvoraçados quando ela ocorre em ano eleitoral, isso é estranho, já que ela não é de quatro em quatro anos, mas anual.
Outro fato curioso dessa edição, é o secretário de educação solicitar aos professores que não percam o foco da aprendizagem dos alunos nesse ano de eleições municipais, que as campanhas fiquem para fora dos portões das escolas. Fato muito curioso, pois os que estão nas escolas na maioria não são futuros candidatos a prefeito e vereador, mas eleitores.
Claro, entre os que atuam na educação, que é o espaço para a formação crítica e reflexiva das novas gerações existem os que não serão candidatos, mas serão agentes atuantes nas campanhas eleitorais, mas o fato chama a atenção porque indica um comportamento dos envolvidos nas eleições e do eleitor.
Mostra um comportamento nada bom, pois as duas reportagens dão indicação que as pessoas têm a intenção de manipular, usar os espaços de trabalho e lazer para benefício próprio. Ora, e se o eleitor vê nesse momento um momento de tirar vantagem para si e para o seu grupo sem a menor preocupação com o seu fazer diário e sua responsabilidade profissional, a situação é muito preocupante, porém, ela mostra de forma concreta o que os filósofos e sociólogos vem afirmando há tempo, que há políticos honestos em uma sociedade corrupta.
Os exemplos aqui coincidentemente são ambos de um mesmo municipio, mas infelizmente não são realidades exclusivas desse município, ela é habitual na região, estado e país. A verdade é só uma, a corrupção na política só vai terminar quando as pessoas deixarem de ser corruptas, ou seja, para que os políticos mudem é fundamental que os eleitores mudem primeiro suas atitudes e ações.