Nunca na história da humanidade, as pessoas tiveram tanto acesso à informação, culturas, pessoas e bens. Pela primeira vez, temos o mundo ao alcance de nossos olhos, em um click somos capazes de nos relacionar, com pessoas de nossa comunidade, mas, também com gente de outras partes do mundo, é um admirável mundo novo, que temos descoberto diariamente pelos meios de comunicação, em especial pelas redes socais.
Com elas aprendemos receitas, vemos vídeos engraçados, conhecemos parentes distantes e reencontramos amigos de infância, ficamos informados, damos nossa opinião (mesmo que ninguém a peça), choramos nossas mágoas e esfregamos na cara dos outros, nossa alegria, mandamos mensagem de bom dia, e respondemos aos outros com carinhas, se estamos sem tempo, fazemos de conta que não estamos online e se alguém nos chateia, bloqueamos.
Que admirável mundo novo!
No entanto, nunca na história da humanidade, tanta gente se sentiu tão só, tão sem voz e tão sem vez. Os almoços de domingo, são monólogos dos avós (os off-line) e um silêncio de dar medo, do resto da família (os on-line), existe sempre uma self da mesa posta e da família, que para um pouco de navegar, só para posar com ar de felicidade e união, as crianças não correm mais pela casa, nem pedem comida o tempo todo, são zumbis com dedinhos ágeis em seus aparelhos eletrônicos.
E esse admirável mundo novo, traz com ele novos dilemas e novas perspectivas que podem ser observadas, nos perfis dos usuários das redes socais, cada qual com sua peculiaridade, tem àqueles, que nunca conversam com ninguém na vida real, mas puxam assunto com todo mundo, no mundo virtual. Tem àqueles que criam um mundo de aparência, que só existe na rede social, ali, ele é bem-humorado, inteligente, bem-sucedido, amado, viaja e tem uma família perfeita. Outros, fazem de suas redes sociais, seu divã, onde expõem, sua crise existencial, seus medos e o quanto são infelizes, porquê o mundo não para por eles. Alguns, não conseguem levantar de suas camas, sem dizer o que estão fazendo, não comem, dormem, tomam banho, vão ao médico, sem informar todos pelas redes sociais.
E nós? Temos feito parte deste admirável mundo novo, de que maneira? Você controla sua rede social, ou ela te controla? Já parou para pensar no tempo que tem gasto com o mundo virtual em detrimento, do mundo real? As pessoas que olham para sua linha do tempo, suas fotos e “check’ins’ veem em você a pessoa de Jesus Cristo? Seus valores, são os valores do reino de Deus?
Nossas redes sociais, são lentes, que mostram nosso interior, nossa maneira de ver o mundo, nossas aspirações. Que saibamos usar com cuidado, temor e tremor, tal tecnologia, para, que nesse “passa tempo”, não negligenciemos, as coisas que realmente importam, para as quais fomos chamados por Deus desde o princípio dos tempos:
– Ser “sal e luz” (Mt 5:13-14), em nossa casa, no trabalho, em nossa cidade e por quê não nas redes sociais.
Silvia Patrícia Marques, mestre em geografia e membro da Igreja Presbiteriana de Pinhão.