Será que…

Vai ser tudo igual? Será que o ano novo vai ficar só nas palavras bonitas? Janeiro está terminando, porém, deixou alguns sinais de mesmice. Logo no inicio do mês o crime que acabou vitimando um senhor e uma adolescente que só por isso já seria muito triste, mas fica mais triste porque se ouve frases como “Pinhão sendo Pinhão”.

Isso indica que o crime que aconteceu, a forma que aconteceu, o lugar que aconteceu é rotineiro, faz parte do cotidiano das pessoas. Isso é mais que triste, é um absurdo! Os apressados vão dizer cadê a policia que não faz nada, sem informação, sem dados é impossível fazer qualquer coisa.

Na realidade, é preciso que as pessoas acordem, percebam que a justiça com a própria mão só leva a mais violência e mortes e muitas vezes a morte de crianças e jovens. Além disso, a ocorrência mais registrada nesse mês é a violência doméstica. Situação que envolve vários fatores, e entre eles está a decisão da mulher de se ver como uma pessoa que merece uma vida digna, feliz e sem humilhações. Pela terceira vez consecutiva em Pinhão, o ano começou tendo o tema do transporte universitário na pauta.

Deu muito que falar, verdade que menos que nos anos anteriores. O resultado positivo da discussão é que os universitários finalmente perceberam que até para eles reivindicarem o que consideram importante para eles precisam estar organizados. Foi preocupante nos outros dois anos ouvir pessoas falarem que eles não tinham condição de se organizar e mais preocupante ainda eles concordarem com esse absurdo. 

Para fechar o mês tivemos jovens que, por espontânea vontade, resolveram fazer vandalismo, destruir o que é de todos. O preocupante é que esse grupo de quatro jovens não é único, existem mais jovens gastando o tempo em destruir em vez de construir, se organizar para coisas positivas e construtivas.

Como é o primeiro mês do ano e o brasileiro por natureza é esperançoso, o finalzinho do mês vem mostrando que algumas coisas, por pequenas que sejam, vão dando sinal que os tempos são novos e para melhor. Uma delas foi a própria reação da população em relação ao vandalismo, pois a maioria condenou, a segunda é que as famílias, segundo informações, não colocaram panos quentes no que seus filhos fizeram.

Terceiro, é que o poder público se preocupou com o ato em si e fez a denúncia, sem se preocupar se os envolvidos eram fulano ou beltrano. Isso mostra que sempre é possível acreditar que o mundo tem jeito. Outro dado bom foi a queda do índice de mortalidade infantil e de ser ter zerada a de gestantes.

Para isso foi preciso ter decisão, firmeza, empenho, diálogo, comprometimento de vários profissionais, humanização no acompanhamento das gestantes. Foi simples? Não, mas foi possível porque as pessoas se predispuseram.

Como ver os universitários se organizando, montando uma associação, mostrando que eles são muito mais capazes do que só criticar pelas redes sociais, faz acreditar que o futuro pode, se as pessoas quiserem, ser diferente e melhor.

Porque bem da verdade, é viável e nada complicado se fazer um ano diferente e melhor, basta as pessoas aprenderem a olhar além do seu umbigo.  

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