Aprendizagens, Incoerências, Milagre
As duas últimas semanas em Pinhão foram sacudidas, agitadas pela questão do transporte universitário, sem entrar na questão propriamente dita, sem dúvida, temos que refletir sobre os acontecimentos e suas consequências. Foi bom ver um executivo firme, pronto para colocar seu posicionamento de forma clara e de frente a todos, ver a sintonia entre a equipe do executivo, isso indicou que há clareza do que se pretende na administração e de que há planejamento, coisa que há muito não se via no paço municipal. Oxalá isto continue, porque como diz o ditado popular, vassourinha nova varre bem e animada. Percebeu-se uma transformação na comunicação entre os poderes e população com o uso das redes sociais de forma intensa para posicionamentos e convocações, isso é sinal dos tempos. Foi bom ver os jovens universitários se posicionando, mostrando a cara. Tem-se a certeza que as discussões e os embates de ideias e posicionamentos foram processos de aprendizagem para os universitários e para os legisladores que debutam na Câmara de Vereadores e mais uma experiência significativa vivida pelos vereadores reeleitos. O que ficou de negativo foi verificar que os universitários não têm a clareza da importância de terem uma organização, uma representação oficial que lhe dê visibilidade. Sentiu-se muitas vezes um total desconhecimento sobre para que serve uma associação e de que as discussões em um pais democrático se fazem necessariamente pelas organizações, que o Brasil é um país republicano representativo. E em alguns momentos a sensação que os universitários não gostariam de assumir as responsabilidades que a legitimidade da luta impõe. Pois quando há uma organização, uma representatividade de fato ela vai à luta e ela convoca o legislativo para abraçar a causa e não o contrário, como ficou visível nos debates da semana. Até porque quando há organização, representação, a chance de qualquer categoria, classe ser manipulada, usada politicamente é muito menor. Outro ponto que causou espanto foi a incoerência de alguns legisladores, que em entrevista ao Fatos do Iguaçu declararam que querem ouvir o povo através das associações, que inclusive a ideia é trabalhar no sentido de ajudar na organização das associações de bairros e na questão dos universitários, defender a bandeira que eles não deviam se organizar, reativar a associação que é a representação municipal já constituída, legalizada e legitimada na comunidade. Mas vamos acreditar que essas incoerências foram resultados da inexperiência, da empolgação do primeiro embate, da pressão do tempo e de ter de agir rapidamente e que serão agora com o abaixar da poeira refletidas e repensadas pelas lideranças políticas, afinal, o ano, os mandatos e embates estão só começando. E que precisamos sempre ter fé, porque quando o propósito é nobre, já dizia Paulo Coelho, o universo conspira a favor, e foi isso que aconteceu na questão dos universitários, uma conspiração dos astros, pois é sabido de todos que verbas parlamentares das emendas e subvenção parlamentares existem, vem, mas o processo é longo, quando rápidas, levam um ano para chegar, mas para a graça e benção dos universitários de Pinhão e da administração, um deputado estadual pode não só disponibilizar verba para o município como garante o repasse em tempo mínimo de sessenta dias. Isso é mais que bom, é ótimo e se torce para que sejam novos tempos e não meros tempos de pré-campanha eleitoral estadual. Mas, como somos estilo São Tomé, vamos esperar para ver e crer.