HORROR!

Não há outra palavra para definir o que a reportagem do Fatos do Iguaçu ouviu dos funcionários públicos do município de Reserva do Iguaçu do que horror. Alguns funcionários foram humilhados, zombados, castigados durante quatro anos. Tudo bem que o filósofo Sérgio Corttela lembrou a todos na sua palestra que só temos  trinta anos de democracia, que somos jovens aprendizes do ser e viver a democracia. Mas é inconcebível que situações de humilhação e ultraje ainda aconteçam dentro das prefeituras, porque o funcionário votou, trabalhou na campanha do candidato adversário ao prefeito. Ficam evidenciados nos relatos que as pessoas acreditam que a prefeitura e todos os espaços públicos passam a pertencer a elas, o gestor público pensa que pode tudo, que é um soberano e que está acima da lei e pior, ele acredita e age como se fosse dono das pessoas. A famosa prática enraizada e extremamente comum na nossa região de deixar os adversários políticos no “banco” foi usada com requinte de maldade, porque as pessoas tinham que ficar ali, não podiam sair do lugar. Essa prática de deixar funcionários públicos no banco é ultrajante, humilha, escraviza, o desgaste emocional e psicológico é terrivelmente prejudicial à saúde. O prefeito que se utiliza dessa prática deveria ser punido por dois crimes, primeiro por maus tratos, depois por desperdício do dinheiro público. Porque quando você isola, castiga um funcionário, vai ter que contratar outro para substituí-lo. Desculpem os que podem considerar exagero, mas  essa prática tem cheiro e resquício de escravidão. Que bom que os funcionários criaram coragem e denunciaram, alguns vão dizer, agora é tarde. Não, não é tarde, porque a injustiça, a maldade devem ser sempre denunciadas. Não é tarde porque mesmo sendo uma democracia juvenil, vivemos num país democrático, com leis e não em uma monarquia com soberanos acima do bem e do mal. A justiça é lenta, às vezes leva oito  anos para um prefeito ser julgado e condenado, perdendo seu cargo no finzinho do seu mandato ou vendo que não pode calar o livre expressar e informar a população da imprensa, mas ela acontece. Hoje em dia impede que “reizinhos, escravocratas, tiranos, e corruptos” voltem a querer reinar. É importante denunciar para avisar, alertar aos vencedores das eleições, que serão os novos prefeitos, que funcionário público, pensa, escolhe e pode sim se manifestar, declarar em que vai votar. Tem o direito de ser respeitado nessa escolha.

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