É triste ouvirmos e vermos notícias de desvios de recursos em meio a Pandemia. São notícias recorrentes de corrupção na saúde, dos fura-fila na vacinação, de propostas de cortes de gastos em várias esferas, menos nas altas verbas e nos altos salários do Congresso Nacional. É triste ver indivíduos defendendo bandidos, votando em políticos que estão envolvidos em tantos processos, mas que devido a uma imunidade para corruptos, continuam livres e negando o inegável.
A expressão “rouba mas faz” jamais pode ser defendida por gente de bem, essa expressão é um “câncer” para a nação. Me arrisco em dizer aqui que, a forma como lidamos com a corrupção revela muito de nós mesmos, de quem somos. Quando você considera irrelevante o que acontece no âmbito político, pois os desvios não chegam até você e tanto faz quem será ou está eleito, isso demonstra algumas coisas. O comodismo, a apatia, o preocupar-se apenas com seu próprio umbigo. Ignorar a corrupção é bater palmas para os corruptos, é se posicionar a favor do corrupto. Não se posicionar é uma posição perigosa.
Como já dizia Luther King “o que me incomoda é o silêncio dos bons”. Quando gente de bem se cala, consente com o que está errado. Outra questão muito séria, dentro desse assunto, é quando a pessoa defende um político, fazendo vistas grossas aos seus erros, aos erros do partido, e não consegue perceber que andar por esse caminho é ir direto a um beco sem saída, ou ainda, defender o erro. Agora de forma bem particular, devemos passar um antivírus em nós mesmos, para jogarmos na lixeira valores inadequados, que as vezes guardamos e alimentamos, pequenas corrupções do dia a dia, que não se comparam aos grandes desvios, mas não deixam de ser desvios, não deixam de ser erros, que precisam ser corrigidos.
Precisamos ensinar os mais novos, que o que é certo é certo, mesmo que todo mundo diga que está errado. Precisamos corrigir e orientar os nossos filhos, para que cresçam e desenvolvam sendo pessoas que defendam e vivam dentro do que é saudável, certo, justo e correto. Lembro-me de uma vez, que meu filho primogênito, quando criança, estava torcendo para o “raposo” num desenho animado da “Dora Aventureira”; para quem não conhece, o “raposo” é o vilão do desenho, e por mais que fosse engraçada a situação, falava para ele: você precisa torcer para o herói e não para o vilão.
O que quero dizer com isso, é que desde cedo, precisamos ensinar os nossos filhos, a dar um viva ao que é certo e não ao que é errado. Pais que defendem os erros de seus filhos, estão dando um salve para o que não vale a pena e não vão ter boa colheita lá na frente.
Concluindo, a Bíblia Sagrada já nos adverte com respeito a corrupção, e de forma extraordinária, Deus através de sua Palavra, nos convida a tomarmos cuidado com o nosso próprio coração: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9). Por isso, precisamos cuidar e avaliar as motivações de nosso coração, para que na maratona da vida, sejamos corretos e defendamos o que realmente vale a pena, o que é bom, que o Viva seja para o que é certo e não para a corrupção.
Rev Sandro – pastor da Igreja Presbiteriana de Pinhão
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