Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)

As ideias subjacentes às palavras que frequentemente repetimos e que estão subentendidas nas frases feitas que regularmente usamos para dar forma as deformidades que matutamos e falamos acabam, sorrateiramente, determinando o tipo de pessoa que acabaremos, cedo ou tarde, nos tornando sem que estejamos cônscios disso.

(ii)

Muitos são os pecados que cometemos. Muitos mesmos. Mas, é bom lembrar sempre que a base de todos os desvios cometidos por nós nessa matéria consiste simplesmente em procurarmos Deus onde Ele não está; em tratarmos como divino aquele ou aquilo que, definitivamente, não o são.

(iii)

Amizade é um luxo, uma joia preciosa que, quando encontrada, carregamos em nosso íntimo para todo o sempre, mesmo que raramente ela esteja ao nosso lado em nossa caminhada em nossa jornada por esse vale de lágrimas.

(iv)

Em regra, na sociedade atual, o que leva muitas pessoas a sentirem orgulho e a fundarem sua autoimagem seriam certas bobagens que, fundamentalmente, não são coisas que sejam motivo de vergonha quando não ocupam essa posição em nossa vida, porém, a partir do momento em que certas tranqueiras são estampadas junto ao peito, como uma espécie de medalhão para que sejam compulsoriamente vistas a admiradas por todos, inevitavelmente tornam-se algo, no mínimo, vergonhoso. Pior! Quanto maior for orgulho nutrido por essas bagatelas, mais feio se torna o vexame.

(v)

Não são poucas as pessoas que, ao lerem algo, preguiçosamente procuram introduzir nas palavras os significados que elas gostariam – ou que imaginam – que elas tenham para que, desse modo, possam dizer o que elas consideram ser o sentido do dito cujo do texto. Dificilmente ocorre a essas alminhas que as palavras, todas elas, carregam em seu âmago não apenas um significado dicionarizado, mas também e fundamentalmente, uma imensa bagagem de experiência humana ciosa por ser decifrada por aqueles que deitam suas vistas sobre elas.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

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