Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

 

Muitas vezes nossa alma é tomada por um grande sentimento de indignação. Justo, muitas vezes, porém, não em sua inteireza.

Há, nessas manifestações, uma forte dose da desordenação advinda de nossa alma que, por sua deixa, leva-nos a exacerbarmos as dimensões dos males que nos afligem ao mesmo tempo em que minimizamos as arestas que produzimos.

Por termos nossa alma desordenada, acabamos por ignorar essa tensão que há em nós, focando, nossas vistas, apenas naquilo que é de nosso interesse, ou que imaginamos ser da nossa alçada.

Chamamos esse sentimento que muitas vezes nos invade de indignação. Fúria essa que reconhecemos como se fosse a mais límpida manifestação da virtude da justiça.

Reconhecer a existência dessa fraqueza que há no coração de todos nós significa adquirir uma potência libertadora.

Esquivar-se, negar que ela habita em nós, denota apenas que essa fraqueza nos domina, assenhorando-se de nossa vontade e turvando a nossa consciência.

(*) professor, cronista e bebedor de café.

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