
“Somos o que fazemos repetidamente. A excelência não é um ato é um hábito.” (Aristóteles, filósofo e polímata da Grécia Antiga que viveu nos anos 384 a 322 a. C.).
Na vida deste escriba, já moramos em Pinhão, Guarapuava, Ponta Grossa, Wenceslau Brás e novamente em Pinhão desde 9/3/1981 e daqui para o crematório e caixinha de cinzas, com ideias e projeto de daqui uns 24 anos.
Com coisas de casa e de vida de casado, já fizemos 4 mudanças, e temos meio que trauma disso, porque todas elas com meio de transporte precário e inadequado, e mesmo poucas coisas e simples, dá um transtorno imenso.
Tenho muito dó de quem vive se mudando de uma casa e local para outro, locatários ou não. Além dos prejuízos, dos estragos de mobiliários, despesas é uma meio que humilhação a exposição que é feita, quando não em caminhões baús próprios com apetrechos (cobertores e forros) para mudanças.
No dia 3/3/25, levei para Guarapuava, de camionete, um pequeno sofá, uma cama de solteiro, e um elíptico, e tive uma pequena sensação de quão ruim, chatice, são as mudanças, a caminhada de retirantes, ciganos, de êxodos, lembrando que temos no nosso DNA e formação cultural, a saga de emigração e imigração, pois somos descendentes de português e suíço e de miscigenação com nativos do Brasil, e disso tudo forte apego a rotina e espaços, e um tanto resistente e dificuldades com as mudanças.
Mudar de residência, domicílio atividade laboral e econômica, é algo complexo, delicado e em regra é acompanhada de prejuízos. Dias desses lemos até o marketing realista de um caminhão de mudança: “Levando iludidos e trazendo arrependidos.” Muitas mudanças ocorrem por não se ter espaço próprio, ser inquilino, inadimplências locatícias. E fujam de avais e de serem fiadores em locação. Muitas “mudanças” são ilusórias, achando que mudar de lugar as coisas vão melhorar, e muitas vezes o problema está em você. Mudança é uma porta que só pode abrir por dentro, e no dito pelo filósofo e professor Mario Sérgio Cortella “Seja a mudança que você quer ver”.
Até em função disso, que um dos temas que sempre tive muita preocupação particular e como político e cidadão, é o da HABITAÇÃO, a ponto até de hoje termos 4 locais de moradia, e casal de filhos tendo moradias próprias em Guarapuava, onde têm residência e domicílio.
Como político e cidadão, participamos ativamente da aquisição de terreno e a criação das 162 casas do Programa Casa da Família, do hoje Núcleo Habitacional Darci Brolini; de aquisição de terreno para o Núcleo Hipólito Martins, na Vila Caldas, da Vila Rural, de peleias para retirada de moradias de beiras de mananciais e de locais inadequados como para abertura de ruas e instalação de rede de água no Bairro Dois Irmãos; construção de casas no Bairro Colina Verde, em que em dezembro de 2016, participamos da entrega das chaves para os que receberam casas, e que já muitos que não podiam vender mas venderam e se mudaram delas. Participamos de várias reuniões e embates em relação a Casas Populares que eram há anos para saírem nas proximidades da Câmara, Igreja Santo Expedito, Rádio Pioneira, em terras adquiridas de Alcemiro Kinceler Ferreira, e que o Núcleo era até para se chamar Juvenal Stefanes, para homenagear o 1º. Prefeito de fato de Pinhão (13/03/1965-31/01/1969) até os dias de hoje está sem nada no seu nome.
É cruel pessoas não terem onde morar, ainda que seja uma casinha pequena, uma kitnetinha simples. Você tendo terreninho aos poucos, com repetições, hábitos de melhorias, dedicação, economia, educação financeira vai se levantando uma casinha, ainda que simples e espaço com um mínimo de dignidade.
A inspiração para esta crônica, veio de ter visto uma “mudança” com móveis e colchões enrolados em cima de uma camioneta e carretinha, e uma cadelinha ou cachorrinho em cima. Estamos nos esforçando para ficar indiferente aos problemas sociais, virar egocêntrico, omisso, “bundão”, cultuar a neutralidade, mas tem cenas do cotidiano que nos abalam, deixam triste, chateado, macambúzio como dizia meu mano Ari, jururu como dizia minha mãe, entes queridos de saudosas memórias.
(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e CIDADÃO).
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