O Projeto Balé na Escolas foi implantado em 2011 no município de Pinhão/PR, pela professora Celina Campos, a pedido da administração municipal que na época tinha à frente o prefeito José Vitorino Prestes.

Uma história de 10 anos

Celina conta que o projeto tem entre outros objetivos, desenvolver a criança na sua noção corporal, sua potencialidade e a disciplina.

O Projeto Balé na Escola já passou por 3 formatos, hoje trabalha com uma média de 210 alunos da rede municipal do 1º ao 5º ano.

No primeiro ano ele funcionou numa sala na rua Francisco Dellê, no antigo prédio do Fórum, como era um projeto piloto envolveu 70 alunos.

No segundo formato, Celina ia até as seis escolas municipais da sede e trabalhava o balé em contra horários com as crianças. Nesse formado o número de alunos ampliou muito.

Para ampliar o atendimento a outras áreas e poder dar mais qualidade às aulas, o Projeto passou por uma nova modificação. Foram criados dois espaços onde a professora recebia e trabalhava com as crianças, que foi o formato até 2021.

Na Escola Professora Eroni, era trabalhado com os alunos das escolas Eroni, Cecilia Meirelles e Nossa Senhora da Glória. Outro espaço era em uma sala do Cras, na Vila Caldas, e nesse espaço a professora trabalhava com os alunos das escolas Frei Francisco, Maristela Tussi e Água Verde. “O projeto começou pequeno e foi crescendo e hoje trabalhamos com mais de 200 crianças. O projeto tem regras que as crianças tem que cumprir, pois, além de desenvolver as potencialidades do aluno para a dança, trabalhamos a disciplina. Os pais se envolvem, o Projeto está aí mostrando seus resultados há 10 anos”, destacou a professora.

Há 10 anos no balé

Tem gente participando que começou pequeninha e hoje está moça, “Temos hoje, no balé municipal, varias adolescentes que iniciaram no primeiro ano da escola, inclusive, uma integrante tem 18 anos e começou pequenininha. Tenho noventa e nove por cento de meninas no balé, mas o projeto é para meninos e meninas”.

Outros projetos vieram

Do Projeto Balé na Escola saíram outros projetos, o primeiro foi o Balé Municipal Na Pontinha dos Pés, que é formado pelas crianças que se destacam e passam a ter um momento a mais de treino e é esse grupo que vai representar o município quando este recebe convites para se apresentar seja em eventos do município ou fora dele.

O Balé Sorriso e Vida, que é desenvolvido com a terceira idade que já está funcionando há 2 anos.

O Grupo Vibrações, que acontece na Associação dos Surdos, com as pessoas surdas.

Pandemia

“Durante todo o tempo da pandemia eu continuei atendendo os projetos, realizava as aulas de forma online, fizemos várias atividades, na realidade, os projetos nunca pararam, nem mesmo das minhas licenças gestação, eu sempre me mantive atenta aos projetos”, declarou Celina.

Há um grupo de WhatsApp com mais de 100 alunos e que está sempre interagindo com eles e com os pais.

Um espetáculo esperado

Foto: Arquivo pessoal

 Todo final de ano era montado um espetáculo com os alunos do projeto, inclusive envolvendo desde as crianças à terceira idade, que lotava o local onde era apresentado, “Os alunos  participam do Projeto porque querem aprender a dançar, mas claro que eles querem mostrar o que aprenderam, assim nós realizamos todo final de ano um espetáculo que já faz parte do calendário do município de eventos de final de ano, só não fizemos em 20 e 21 por causa da pandemia”.

Celina é professora de Educação Física

Celina Campos é concursada como professora de Educação Física, com 40 horas semanais e tem sua lotação na escola Professora Eroni. Há

10 anos está à frente do Projeto Balé na Escola. Para dar conta do trabalho com o Projeto, a professora passou a dar aula de Educação Física na Escola Cecilia Meireles, por ter menos turmas, ela conseguia atender as escolas em 2 dias e 3 ela dedicava ao Projeto Balé na Escola e suas ramificações.

Um recado no Facebook

No dia 13 de janeiro, a professora Celina postou no seu Facebook um texto falando que o projeto Balé na Escolas e suas ramificações tinham chegado ao final “Enfim, não foi um dia, não foi um mês, não foi um ano… São mais de 10 anos me dedicando a projetos como o Ballet, terceira idade, projetos sociais, qualidade de vida, saúde, lazer e escola… No ano de 2021, o Ballet comemorou 10 anos de existência, existência de um projeto referência a outros municípios, projeto conhecido na cidade, região e até mesmo na capital de nosso estado. 10 anos de um projeto que proporcionou muita alegria, disciplina, conhecimento e lazer a centenas de crianças… E nesse ano de 2022, o projeto infelizmente se encerra, retorno à escola com coração aberto porque amo minha profissão, mas lamento pela não valorização de um projeto que só soma em nosso município, afinal… (…)”.

A postagem repercutiu, os pais e demais envolvidos nos projetos, bem como ACOMUP – Associação Comunitária de Moradores de Pinhão e vereadores passaram a discutir a questão e demonstrar apoio e a necessidade de manter o projeto.

A inviabilidade de manutenção do projeto estava que a professora Celina foi convocada no final do ano a assumir as suas 40 horas na escola como professora de Educação Física, assim ficava sem horários para trabalhar o Projeto.

Projeto vai continuar

Na segunda-feira, 17 de janeiro, a professora Celina Campos teve uma reunião com a secretária municipal de Administração, Juliana Tesseroli e com o secretário de Educação, João Maria Camargo, quando ficou definido que ela continuará atuando no Projeto Balé na Escola, Na Pontinha dos Pés, Balé Sorriso e Vida e Grupo Vibrações. “Vamos reorganizar o projeto dando a ele mais estrutura, vamos criar um espaço especifico para o Projeto e estruturar esse espaço. As aulas reiniciam assim que a pandemia permitir e a professora Celina ficará com sua carga horaria voltada aos projetos como já era antes”, especificou a secretária Juliana à jornalista Nara Coelho do Fatos do Iguaçu, em conversa via telefone.

 O bom foi

“Após a reunião fiquei bem contente, pois tudo ficou resolvido, o Projeto vai se manter e com mais investimento por parte da administração pública. De certo modo, foi bom isso ter acontecido, pois ai todo mundo percebeu que o projeto envolve um número grande de pessoas,     além das crianças. Que ele já tem sua importância e trabalho reconhecido pela comunidade”.

 

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