A impactante tragédia do estouro da barragem da Brumadinho-MG, no dia 25/01/19 que dizimou muitas vidas, empreendimentos e residências, deve ao menos servir para rompimento de paradigmas na área de barragens que tem no País, 20.000, 2.386 de risco e 205 de rejeitos de mineração; prevenções de um modo geral, tirada de preciosas lições.
Mesmo para leigos, o tipo das barragens, num plano acima de construções como refeitório, setor administrativo, e mesmo pousadas, residências abaixo de um grande lamaçal retido por rejeitos de mineração, no mínimo teria que ter despertado reflexões, ações preventivas dos gestores do empreendimento e de autoridades ambientais.
Depois da casa arrombada, muitos tem ideias boas de trancas, taramelas, cadeados, alarmes, precauções de não deixar imóveis sozinhos, mecanismos de defesa contra ladrões e acidentes. Afinal profetas do acontecido, existem aos montes, mas prevenções mesmo de verdade, não faz parte da nossa cultura, ainda que seja comum se ouvir aqui na Região Sul, o ditado de que gaúcho prevenido vale por dois.
Quantas tragédias já tomamos conhecimento que ocorreram por falta de prevenções. E não é só disso, mas também acidentes corriqueiros, de trânsito por excesso de velocidade, ultrapassagem em locais impróprios, motorista alcoolizado, maus negócios do cotidiano de veículos, utensílios, imóveis sem verificações de situação documental e prejuízos dos mais variados por falta de certos cuidados, e até risco de enquadramento como receptador.
Em relação a ações de ladrões que estão fazendo roubos na área rural e cidade, vizinhos, precisam se unir para ajudarem uns aos outros, com mobilizações, repasses de informações, inclusive para a polícia, sem comodismos, egoísmos, desencantos ou omissões.
Quanto a alagamento de casas e ruas por má destinação aos resíduos sólidos, em que até recicláveis viram lixo a entupir bocas de lobos e manilhas; e mesmo construções em nível abaixo de ruas, na beira de mananciais, banhados, é meio que pedir para cabeça e para ter incômodos.
Em momentos de ocorrências e tragédias como a de Brumadinho, muitas se arvoram em inteligência e soluções para os problemas de conciliar atividades produtivas, industriais e de geração de empregos com o meio e leis ambientais, mas na prática não fazem nem básico de dever de casa, com as ações de seu cotidiano, e ficam apontando ações para os outros fazerem, e que falhas, erros, imperfeições, ilegalidades não lhe dizem respeito.
Já fizemos abordagens sobre o tema, entre outras em junho/98 e dezembro/2012, e o assunto continua atual, útil e palpitante, e quem orienta e avisa amigo é.
Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e cidadão.
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