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Ouça a crônica:

Todos nós, mas todos nós mesmos, somos pessoinhas bem complicadas e, diante dessa regra, estou convicto de que não há exceção. Com toda certeza há muitos excessos, mas nenhuma exceção.

Porém, não são poucas as vezes que insistimos em negar essa realidade que se faz presente em nossa alma, no centro de nossa personalidade e, como todos nós sabemos, virar as costas para um problema não é, nunca foi e jamais será uma forma inteligente de resolvê-lo.

Quantas e quantas vezes insistimos na construção de uma autoimagem toda bonitinha, cheia de nove horas, para não termos de encarar as contradições que formam a nossa personalidade, que estruturam a nossa maneira torta de ser. Infelizmente, a quantidade de tempo que desperdiçamos fazendo isso é uma enormidade.

Autoimagem essa que não apenas falseia a nossa consciência que, em si, já é uma tremenda de uma porcaria, mas principalmente, essa autoimagem, de um modo geral, é pintada de acordo com os gostos e repulsas que dão forma as panelinhas que integramos e, por isso, tais grupos, grupinhos e grupelhos, acabam, cedo ou tarde, tomando o lugar da nossa vacilante consciência individual.

Quando, por exemplo, estamos com os nossos olhos voltados para o turbilhão eleitoral, facilmente podemos acabar caindo nessa armadilha e, sem nos darmos conta, lá estamos nós, espalhando futricas, criando intrigas, arrumando confusões e, sempre, preocupadíssimos com o que será dito a respeito da nossa imagem e, é claro, sobre aquilo que falamos ou deixamos de dizer.

Nesse ponto, Nietzsche estava coberto de razão quando dizia que devemos tomar muito cuidado com as multidões vociferantes porque, se permanecermos por muito tempo próximos delas, estas acabam por nos devorar. E devoram, sem dó, o nosso senso das proporções, a nossa capacidade de discernimento e trucidam em trocentos pedaços a nossa personalidade que, diga-se de passagem, já não é lá essas coisas.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

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