Ouça a crônica:
Somos ligeiros para apontar os males que perambulam por esse mundo e que azucrinam a vida de todos, especialmente a nossa, porém, somos lerdos, de dar raiva, em tentarmos ser bons. Bah! E como somos devagar.
Então, só pra variar, podemos fazer um voto conosco e procurarmos não mais ficar reclamando, murmurando, lamentando, se queixando, praguejando, exigindo isso, aquilo e assim por diante.
Nos esforcemos para ser pacientes com todos, conosco mesmo e, principalmente, com aqueles que estão na nossa lista maldita.
Sim, eu sei, todos nós sabemos muito bem que ter paciência é um trem pra lá de difícil e, por isso mesmo, é tão urgente e necessário se, realmente, almejamos corrigir nosso modo de ser que, sejamos francos, é uma bela de uma porcaria.
Para começar, de um modo geral, todos nós esperamos que os outros deem o primeiro passo para tornarem-se, como direi, figurinhas não tão ruins; raramente cogitamos a opção de nós darmos início a essa discretíssima movimentação.
E não queremos nem saber disso porque imaginamos que estaremos fazendo papel de besta, pois presumimos que já sabemos exatamente o que cada um irá fazer e, o nosso esforço, no frigir dos ovos, acabará malogrando e terminar-se-á em nada.
Pois é. A soberba é uma merda mesmo. Sem nos darmos conta, com nosso amor-próprio, fechamo-nos em copas para a mais remota possibilidade de procurarmos ser razoavelmente pacientes e, consequentemente, minimamente bons.
Sem dúvida alguma, tal empreitada é pra lá de difícil, porém, não é o bicho da goiaba. Aliás, como tudo o mais que podemos fazer nessa vida que tenham algum valor.
Infelizmente, nos esquecemos que sem sacrifício, sem esforço abnegado, não há mérito, nem glória.
Por isso, não nos preocupemos em nos aligeirar para sermos melhores, porque não é assim que a banda toca. Procuremos primeiramente ser pacientes, para aprendermos que a vida tem seu próprio ritmo e este, não é ditado pelo nosso desassossego ansioso.
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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