A última sessão da Câmara de Vereadores do município de Pinhão, que aconteceu na segunda-feira, 7 de novembro, iniciou tensa, pois alguns manifestantes bolsonaristas foram até a sessão levando faixas nas quais estavam escritas que eles não eram baderneiros nem vagabundos e sim brasileiros e trabalhadores e exigiam respeito.
A Tribuna
Quando os vereadores utilizaram a tribuna, é que se compreendeu as frases nas faixas.
Os vereadores, Samoel Ribeiro e Edson Adrian do PSB, Elias Prestes, PP, Vinicius Terleski de Oliveira, Podemos, Luzyanna Rocha Tavares, PSD, Aroldo Antunes, Cidadania e Jean Dellê, PMDB, no uso da tribuna, colocaram que eles e os manifestantes ali presentes estavam indignados com o pronunciamento de um deputado estadual na Assembleia Legislativa do Paraná, que, segundo eles, havia chamado os manifestantes e caminhoneiros de vagabundos e baderneiros.
Os vereadores que usaram a tribuna, bem como os que pediram um aparte, os vereadores Alexandro Caldas Camargo, PP e Cleverson Cordeiro, Avante, não disseram o nome e nem o partido do deputado e disseram ter visto nas redes sociais o vídeo da fala do deputado.
Eles também manifestaram sua indignação contra um áudio que correu nas redes sociais, “Um áudio de um militante de um partido, que até já foi secretário do município”, assim eles referiram ao autor do áudio que chamava os caminhoneiros e manifestantes de vagabundos e baderneiros.
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Um manifesto legitimo
Todos os vereadores que nas eleições apoiaram o candidato à presidência, Jair Bolsonaro, mostraram sua indignação em relação ao vídeo e áudio, falaram da legitimidade das manifestações, do direito democrático das pessoas se manifestarem, todos colocaram seus gabinetes à disposição dos manifestantes no que eles precisarem.
Entre as falas, frases tipo “Sentimo-nos entristecidos por ver gente que vive de baderna e greve criticar um movimento pacífico e democrático” do vereador Vinicius, “Parabenizo os que estão representando os pinhãoenses e brasileiros, não aceito essas palavras de vagabundo e baderneiros, temos voz e força e no que está errado, vamos lutar bravamente pelo Brasil, Estado e Pinhão”, Elias Prestes.
Sessão interrompida por 10 minutos
Quando o vereador do PSD, Pedro André Lupepsa fez uso da tribuna, os manifestantes que estavam na plenária se manifestaram e o clima ficou tenso, pois pelo regimento do legislativo, o público não pode se manifestar nem com aplausos ou vaias.
Pedro André, ao falar da sua indignação sobre o áudio que ouviu, segundo ele de um militante de um partido que sempre fechou as estradas e agora não considerava errado disse, “Peço que ele tenha um mínimo de dignidade e hombridade na sua cara de cavalo e vá se retratar com os nossos motoristas”, ao final dessa fala, os manifestantes aplaudiram e gritaram em apoio.
O presidente do legislativo, o vereador Israel Oliveira Santos, PT, solicitou silêncio, explicou que pelo regimento não poderia haver manifestações do público presente e se acontecesse novamente, ele suspenderia a sessão.
Como uma pessoa o retrucou dizendo que ele estava sendo autoritário e ele foi tentar explicar que eram regras e algumas pessoas continuaram falando, ele suspendeu a sessão por 10 minutos.
Ao voltar, ele explicou novamente que o público, por determinação do regimento interno da Câmara não poderia se manifestar, que se houvesse a manifestação, ele interromperia a sessão e a plenária seria esvaziada.
“Que cada um arque com o que disse”
O vereador Luiz Hamilton, PT, solicitou um aparte ao vereador Pedro André, e falou da importância do respeito ao direito das pessoas irem e virem e de pensarem diferente, “É preciso que respeitemos a democracia, na minha família, não brigamos, porque na democracia cada um é que tem que refletir, usar a inteligência e escolher e temos que respeitar quem pensa diferente, não se pode querer cabrestear as pessoas” complementou, “Que cada um arque com o que falou”.
O vereador Edson Francisconi, do PT, em um dos apartes que usou, reforçou a questão do respeito pelas diferenças, pela democracia e pediu a todos que não haja dscriminação de nenhum dos lados em relação ao comércio, “Peço que as pessoas não deixem de comprar em um comércio porque o dono é bolsonarista ou porque é petista, somos todos pinhãoenses”.
Se retiraram no meio da fala do presidente
Ao término do uso da tribuna, como corriqueiramente o presidente do legislativo faz, fez uma fala colocando sua posição quando ele afirmou que o “Agronegócio não tinha com o que se preocupar porque em 2010, quando o Lula encerrou seu mandato, tinha 87% de aceitação” alguns manifestantes começaram a vaiar, se levantaram e começaram a sair gritando “Lula é ladrão”.
Israel interrompeu a sua fala, questionou onde estava a educação dos manifestantes que saiam e elogiou os que se mantiveram na sessão.
Ouça na integra a fala do vereador Israel.