Por Nara Coelho
A promotora de Justiça, Lorena Almeida Barcelos de Albuquerque da 1ª Promotoria de Justiça de Pinhão instaurou procedimento administrativo para acompanhar a desativação da Vila Residencial de Faxinal do Céu e toda sua estrutura que pertence à Copel.
Consulta ao legislativo
Na primeira semana de junho, a promotora enviou ao legislativo municipal de Pinhão um ofício no qual realizava uma consulta sobre o posicionamento do legislativo com relação ao tombamento municipal do Jardim Botânico, situado na Vila Residencial da Copel no distrito de Faxinal do Céu a 30 km da sede do município.
Legislativo se posiciona favorável
Na sessão ordinária do Legislativo municipal de Pinhão na segunda-feira, 14 de junho, o vereador Israel de Oliveira Santos, PT, presidente do legislativo, expressou que tanto a Comissão Especial, que acompanha a situação da desativação da Vila Residencial da Copel formada pelos vereadores, Elias Prestes, PP, Jean Dellê, MDB e Edson Adrian Pereira, PSB, como os demais vereadores são favoráveis ao tombamento do Jardim Botânico.
Não há custo
O presidente explicou que no caso o tombamento seria exclusivamente para o Jardim Botânico, que esse não gerará custos ao município, já que não há mudança do proprietário, que, no caso, é da empresa Copel.
Porque o tombamento
Segundo Israel, com o tombamento a empresa ainda poderá vender o Jardim Botânico, mas seja ela ou um novo proprietário não poderão destruir ou transformar o Jardim em algo diferente e ainda tem a obrigação de conservá-lo, garantindo assim que todo o patrimônio cultural e ambiental que lá está seja protegido, cuidado e conservado.
Ouça na integra a explicação do presidente do legislativo.
Entenda os fatos
A Vila Residencial de Faxinal do Céu foi constituída em 1975, quando iniciou a construção da maior usina hidrelétrica da Copel, a Governador Bento Munhoz da Rocha Netto, com a capacidade de 1.676 MW de potência.
Tanto para a construção da usina como da Vila, muitas terras nativas e outras produtivas foram alagadas, muitas pessoas tiveram suas propriedades destruídas, cobertas pelas águas, já que para a usina acontecer era preciso fazer o lago. A Usina está localizada no rio Iguaçu, no município de Pinhão, na localidade de Faxinal do Céu.
Sendo a Copel uma empresa mista, ou seja, ela pertence ao governo do Estado do Paraná, já que no momento é seu maior acionista.
Assim, para a construção da Vila Residencial de Faxinal do Céu ocorreu o investimento de altos valores do dinheiro público.
O local hoje, além do setor administrativo da empresa, possui casa de moradias, chalés que podem receber mais de 600 visitantes de uma única vez, dois anfiteatros, um refeitório, uma imensa área verde de lindos jardins, salas comerciais, uma escola e o Jardim Botânico, que é composto por espécies raras e algumas em extinção, tanto em relação à fauna e à flora.
Inservível para a geração de energia
Como agora todo esse patrimônio socio/cultural/ambiental a empresa Copel considera inservível para a geração de energia elétrica, a empresa decidiu desativar e colocá-la à venda.
Além disso, existe ainda a questão socioeconômica pois a comunidade do entorno da Vila Residencial tem sua vida e geração de renda e emprego diretamente ligada à Vila.
Desde agosto de 2019, quando o Fatos do Iguaçu tornou pública a decisão de desativação da Vila, lideranças civis, políticas e universidades locais, estaduais e nacionais vem lutando para que todo esse patrimônio dos paranaenses não se perca.
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