Rev. Sandro

Se você se identifica com esta frase, ou jargão, é porque você já pronunciou, ou ouviu, ou as duas coisas. De fato, é mais fácil culpar o outro do que reconhecer seus próprios erros. O grande problema é, isso tem um custo que não vale a pena.

Quando colocamos a culpa no outro, ou nas situações, ou em qualquer outra coisa, deixamos de crescer, de amadurecer, de melhorar. O nosso contexto favorece o “não se sentir culpado”, passando uma visão deturpada, criando assim uma geração vitimista, que nunca se sente culpada de nada.

É claro que não estou aqui tirando as condições daqueles e daquelas que de fato, são vítimas de abuso e outros mais. Percebam que essa cultura do vitimismo é danosa, aqueles que vivem nessa onda, tem e terão sérios problemas na vida. Se roubou, se brigou na escola, se faltou com educação com o professor, isso não é culpa da sociedade, o ambiente pode até colaborar sim, mas não determina quem a pessoa é ou será.

Se eu faço coisa errada, por mais que alguém me incentivou a fazer, fui eu, eu poderia dizer não, poderia escolher outro caminho, então foi culpa minha, não daquele que me incentivou. Se um aluno falou besteira para o professor, é culpa do aluno, precisa ser repreendido sim, não saiu da boca de outro, saiu da boca do aluno, então significa que ele falou o que estava em seu coração.

O tal do “desculpa, não queria falar isso”, é “fake”, pois de forma bem objetiva, quem não quer falar besteira, não fala. Quem não quer brigar, não briga. Essa cultura da “culpa é sua”, é doentia e, infelizmente é algo muito presente em nossa geração. Percebo que as vezes, há uma defesa emocionante do bandido e uma crítica preconceituosa para com aqueles que prendem o bandido.

Há todo tipo de instâncias para o corrupto e todo tipo de crítica danosa para aquele que é honesto. Inclusive já ouvi várias vezes uma lógica deprimente – “o problema é que o corrupto rouba mas faz, e o honesto não faz nada”. Esse negócio do “eu não sabia de nada”, não é vítima, e sim incompetência, é culpado sim. Se quisermos amadurecer na vida, alcançar maiores altitudes, precisamos de novas atitudes, aprender dia a dia a reconhecer a nossa culpa, as nossas falhas.

Dizer para o outro “eu errei”, não é sinal de fraqueza e sim de coragem, pois a partir daí pode-se tratar do que está errado, e amizades e relacionamentos são restaurados. Precisamos ter discernimento para não tratar o outro simplesmente como vítima do seu contexto, antes é necessário ter uma visão coerente, assim teremos um diagnóstico correto, a respeito daqueles que de fato são vítimas e daqueles que usam isso para validar seus erros.

É por isso que a afirmação das Escrituras, no livro de Provérbios, é mais relevante do que nunca: “Sobre tudo que se deve guardar, guarda o teu coração, pois dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4.23).

Que o Eterno Deus nos ajude a reconhecermos a nossa culpa e a tratarmos dos nossos erros, e nos livre de olharmos com vitimismo, para o mundo a nossa volta. Deus nos abençoe.

Rev Sandro – pastor da Igreja Presbiteriana do Pinhão.

 

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