Nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como em 2021. Diferença entre nascimentos e óbitos é a menor já registrada desde o início da série histórica
A pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população paranaense. Além das mais de 31,5 mil vítimas fatais atingidas pela doença, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil no Paraná, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Em números absolutos os Cartórios paranaenses registraram 60.050 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 83,5% maior que a média histórica de óbitos no Estado, e 66,5% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses no Estado. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 70,4%.
Com relação aos nascimentos, o Paraná registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 73.930 nascimentos, número 7,9% menor que a média de nascidos no Estado desde 2003, e 4,5% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 10,6% no Paraná.
O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no Estado, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 47.596 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 13.880 mil em 2021, uma redução de 70,8% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 66,4%, e em relação a 2019 foi de 70,7%.
“O Portal da Transparência do Registro Civil possibilita que toda a sociedade se dê conta da dimensão dos fatos ocorridos durante o passar dos anos, ainda mais nesta situação peculiar da pandemia. É de extrema importância para que medidas sejam tomadas pelo Poder Público diante da nova realidade populacional para os próximos anos “, comenta a presidente do Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado do Paraná (Irpen/PR), Elizabete Regina Vedovatto.
Natalidade e Casamentos
Por mais que não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade no Paraná, o que deve fazer com que os nascimentos ainda demorem um pouco a serem retomados, já que no primeiro semestre de 2021 o Estado registrou o segundo menor número de casamentos desde o início da série histórica.
Embora 20,8% menor que a média histórica de casamentos no primeiro semestre no Paraná, o número de matrimônios em 2021 mostra uma pequena recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença. Até junho deste ano os Cartórios celebraram 3.177 casamentos civis, número 12,1% maior que os 2.597 matrimônios realizados no ano passado, mas ainda 19,6% menor que os 3.878 casamentos celebrados em 2019.
Com Assessoria
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