Ouça a crônica:

Uma das coisas que nós, brasileiros, temos uma dificuldade tremenda de reconhecer é que existem pessoas que não apenas são melhores do que nós, mas que há pessoas que são muitíssimo melhores do que nós em muitíssimas coisas que nós somos meros zeros à esquerda.

Por essa dificuldade, que se encontra encalacrada em nossa alma, podemos compreender a razão do porquê em nossa sociedade há uma forte tendência que nos arrasta diariamente para a mendacidade, fazendo pairar sobre nós plúmbeos ares que sufocam tudo aquilo que procura se elevar acima da mediocridade reinante.

 

Aliás, façamos um nada sutil exame de consciência e procuremos elencar, para nós mesmos, as inúmeras vezes que vimos algo bom, alguma coisa bem feita por alguém e que, em alguma medida, acabou despertando em nosso íntimo, uma forte inclinação para desmerecer o mérito do autor. Se fizermos isso, o exame de consciência, e o fizermos com a necessária seriedade, veremos que o número é uma grandeza.

Podemos dar um passinho mais adiante e listar para nós mesmos quais seriam as pessoas que nós admiramos pra caramba e porque nós alimentamos esse sentimento.

Sim, com toda certeza, iremos formular uma lista com os nomes dos nossos “ídolos”, mas provavelmente teremos alguma dificuldade em apontar a razão pela qual nós os admiramos.

E não paremos nesse ponto não. Façamos uma outra lista. Sim, mais uma, porém, com os nomes das pessoas que nós mais temos desprezo nessa vida e, é claro, não nos esqueçamos de apontar as razões pelas quais nós as desprezamos com todas as forças do nosso ser.

Ao fazermos isso, para nossa vergonha, iremos constatar que somos muito mais claros no apontamento dos nossos “nojinhos” do que na demonstração de nossa consideração e estima, tamanha é a mediocridade que impera em nosso coração, tão torpe é o nosso torto senso das proporções.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

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