Por Humberto Pinho da Silva

Nesta época pandémica, que parece não deixar de nos dizimar – dizem: por causa de novas variantes e à facilidade de movimentação, – é oportuno recordar como o povo de Deus se libertou de funestas calamidades, recorrendo à oração e à penitência.

Não há muito, que a TV e as redes sociais, difundiram o modo como os romanos se libertaram de implacável epidemia pedindo a proteção do senhor Jesus.

Também em 1420, a 3 de maio, os gaienses se viram atormentados com severa pandemia, que inclementemente angustiava grande parte da população.

Porém, durante a impiedosa calamidade, surdiu uma luz de esperança: Religiosa, do Convento de Jesus, da Ordem Dominicana, dessa Vila, revelou: que Jesus lhe comunicara que se realizassem procissão em Sua honra, levando a imagem do Senhor Jesus a percorrer as principais ruas da Vila, fazendo penitência e fervorosas orações, Ele, na Sua divina misericórdia, prometia o decrescimento da peste e o fim do flagelo do contágio, que tanto os angustiava.

Esperançados nas palavras da freira, animados na promessa que dissera ouvir, realizou-se imponente procissão, levando, em lugar eminente, a imagem do Senhor Jesus.

Miraculosamente, após a passarem do cortejo religioso, uns sentiram rápidas melhoras, e outros, ficaram curados instantaneamente.

Também. em 1755, a 1 de novembro, como se sabe, no temeroso terramoto de Lisboa, pereceram milhares de pessoas. O sismo foi sentido noutras localidades, originando numerosos feridos e mortes. O povo de Gaia, lembrou-se, então, do Senhor Jesus, e das curas miraculosas, quando recorreu à Sua proteção, em 1420.

Assentaram realizar majestosa procissão de agradecimento, por Jesus ter poupado a Vila desse calamitoso flagelo. Procissão grandiosa, com a participação de muito povo e autoridades dessa Vila.

Correram décadas e os habitantes esqueceram-se de prestar a merecida e prometida homenagem ao Senhor Jesus, que se venera na Matriz de Santa Marinha.

Hoje, já poucos se lembram da inexorável peste e do terrível terramoto, e menos ainda de recorrer à divina proteção.

No meu tempo de menino, ia pela mão de minha mãe, principalmente na época quaresmal, e permanecia ajoelhado na proximidade da imagem, porque era a vontade dela.

Tudo esquece, tudo passa, e a fé perdeu-se neste século mundano, e com ela, a tradição, a religiosidade popular, e a gratidão.

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