Ler é uma arte. Uma arte que, se tivermos esmero, dedicaremos nossa vida inteira para aprimorá-la. Todo bom leitor sabe disso e aceita essa realidade com grata alegria.

Sim, existem boleiras de pessoas que leem por ler. Também há outras que o fazem apenas para se informar superficialmente a respeito de qualquer coisa, só para ter o que falar nas rodas de prosa, sejam esses círculos infernais presenciais ou digitais. E, é claro, há muitos que apenas dizem que leem e que gostam do babado, mas não leem nadica de nada e não gostam nem um pouco daqueles que se dedicam a esse paranauê.

Porém, existem aqueles que leem para dilatar a sua capacidade de compreensão, para ampliar o horizonte da sua imaginação, para aprofundar o seu poder de avaliação e, é claro, para inspirar-se com novos ares e vislumbrar nossas possibilidades.

Para tanto, para ler com o intento de atingir tais objetivos, não se pode ter pressa, nem afobação, nem raivinha, senão a gente vira o pote e faz aquela lambança. Há de se ter paciência e generosidade não apenas para ler, mas principalmente para reler o que foi lido, quantas vezes nos parecer necessário.

É imprescindível que se tenha disposição para refletir a respeito do que nos foi apresentado e, é claro, arrojo para silenciar o alvoroço que se faz presente em nossa alma, algazarra essa que clama para criticar e condenar tudo, tudinho, antes mesmo de termos tido tempo para compreender alguma coisa.

De mais a mais, essa folia de criticar por criticar, sem esforçar-se minimamente para compreender o que estamos condenando com nossa boçalidade crítica, nada mais é do que a expressão clara e cristalina de um trem fuçado chamado analfabetismo funcional.

[CADINHO DE PROSA # 27/08/2022]

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

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