Professora Liliana Porto |Foto: Naor Coelho/Fatos do Iguaçu

Os alunos contarão as histórias do povo faxinalense

A professora Liliana Porto, da Universidade Federal do Paraná – UFPR, que é Chefe da Unidade de Cultura e Saberes Populares do MAE/UFPR, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná, entre os anos de 2012 e 2013 desenvolveu no município de Pinhão o projeto Memória dos Povos do Campo, que culminou com a publicação do livro: Memórias dos Povos do Campo no Paraná – Centro Sul. O projeto foi desenvolvido a várias mãos e contou com a participação dos alunos do Colégio Estadual do Campo Professor Izaltino Rodrigues Bastos, agora, ela retorna a Pinhão e ao Colégio Izaltino trazendo uma nova proposta de resgate das histórias dos povos faxinalenses que moram em Pinhão.

O PRÊMIO

A professora Liliana explicou que o MAE tem a preocupação em buscar preservar e divulgar a memória e a cultura do povo paranaense e que, por questões variadas, há no museu um rico material sobre a memória do povo do litoral. “Mas temos pouco conhecimento, ou mesmo quase nada sobre os povos do interior do estado no museu de arqueologia etnologia cultura popular”. Que o MAE tem desenvolvido ações educativas, Inclusive já foram organizados dois livros de historias infantis, que é a Coleção Assim Vivem os Homens, além da produção de jogos e materiais didáticos.“Pensando que já tínhamos a experiência com o primeiro livro, que foi muito positiva no Izaltino e que tem muito pouco material Infanto-juvenil sobre a questão dos faxinais e material educativo, decidimos apresentar o projeto nessa área”. Contou a professora.

Assim, ela viu que já tinha dois bons motivos para participar do Prêmio Ibermuseus de Educação, com o Projeto “Histórias de Faxinais”, voltado ao público infanto-juvenil.  OIbermuseus é umPrograma de iniciativa, cooperação e integração dos países ibero-americanos para o fomento e a articulação de políticas públicas para a área de museus e da museologia. “Agora estamos propondo aos alunos que eles escrevam historias sobre os faxinais, mas com um viés de produção para um livro infanto-juvenil, já que não se tem nada de faxinais para as crianças. Pelo menos eu nunca vi nada. Com isso, as escolas e pessoas daquiacabam trabalhando com materiais e livros produzidos em Curitiba”. Explicou Liliana

CONCURSO

O Projeto “Histórias de Faxinais” concorreu com 148 outros projetos vindos de 18 países diferentes e foi um dos oito agraciados com o prêmio.  A professora Liliana complementou.

Com esse projeto, estaremos contribuindo com as ações voltadas para a educação que o museu realiza, além de contribuir para que as novas gerações conheçam seu passado e percebam que elas têm uma identidade e podem ser assim e devem sesentir valorizadas como são”.

DESENVOVIMENTO DO PROJETO

O projeto “Histórias de Faxinais” será desenvolvido em quatro etapas. Na primeira, que aconteceu de 21 a 25 de maio, a professora Liliana, que é a coordenadora do projeto, veio acompanhada da museóloga Ana Luísa de Mello, do fotógrafo Douglas Fróis, do bolsista de design, Vinícius Tumelero de Oliveira, que vai criar o visual do projeto e da exposição e apresentou o projeto a escola e aos alunos. Será desenvolvido com os alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental e com os alunos das três séries do Ensino Médio do Colégio Izaltino. “A diretora da escola, a professora Selma e a professora Adriana, que é  responsável pela disciplina de Historia, foram muito receptivas e promoveram um clima muito bacana para conversarmos com os alunos”. Ressaltou Liliana.

Durante a semana, eles estimularam os alunos a conversarem com as pessoas mais velhas, ouvirem suas historias colocando-as no papel em forma de redação.

A segunda etapa acontecerá em setembro, quando o grupo volta com as redações já selecionadas para os alunos ilustrarem. Liliana fez questão de frisar que a seleção terá por critério a diversidade dos temas, buscará também ter uma diversidade de historias escritas por alunos de faixa etária e gêneros diferentes. “Não é um concurso, buscamos uma mostra realizada por diversos olhares sobre a vida do povo faxinalense”.

 EXPOSIÇÃO

Além do livro, será realizada uma exposição com os objetos que os alunos arrecadarem que retratem os usos, costumes e historia da comunidade. Assim,em setembro, eles também vão reunir os objetos e entrevistar os proprietários dos objetos para construir a historia deles.

Na terceira etapa será realizada a exposição no Colégio Izaltino, Liliana detalhou que a museóloga Ana Luísa está acompanhando para poder montar essa exposição, a ideia é criar um clima de exposição como se fosse no museu.

A quarta etapa do projeto acontecerá em março de 2019, com o lançamento do livro e a realização da exposição itinerante dos objetos antigos no Colégio e na sede do município.

EXPOSIÇÃO ETINERANTE

A exposição que será realizada com os objetos antigos no Colégio, será toda fotografada e transformada em banners, dos quais serão produzidas duas copias, uma, ficará para a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Pinhão, e a outra irá para o MAE. “Ao fazermos os banners, a exposição poderá rodar o município e a que vai para o museu de arqueologia e etnologia da UFPR, por um período ficará exposta em Paranaguá e depois ela vira uma exposição itinerante”. Detalhou Liliana.

METEDOLOGIA

“Quando trabalhamos com o livro de memórias, mesmo sendo para adultos, percebemos que as crianças se interessam, elas escrevem muito bem as próprias historias, até as crianças que são ditas problemas, participaram e mostraram desenvoltura,assim, estamos usando a mesma metodologia“. contou Liliana. Ela repassou que pediram aos alunos que conversem com pessoas que gostam de contar historias e que contem para eles historias do passado, “até para vermos qual é o passado que está sendo transmitido às crianças. Assim, vemos o que ficou marcado no passado das pessoas”,.e acrescentou, “Quando falamos a proposta para as crianças,  elas se animaram, ficaram entusiasmadas, o livro anterior marcou, as pessoas viram que o livro vem”.

FINANCIAMENTO

Todo o financiamento do projeto será pelo prêmio dado pelo Ibermuseus e uma contrapartida do MAE/UFPR. Entre o que será financiado está um livro impresso para cada aluno, professor e funcionário do Colégio Izaltino, serão doados livros para todas as escolas do município de Pinhão, ao todo serão impressos 1.200. “Eu considero importante as crianças terem o livro para verem o resultado do seu trabalho e poderem mostrar, inclusive daqui uns anos para seus netos”. Ressaltou a professora

O livro também será disponibilizado de forma virtual, pois assim se proporciona acesso a todos que queiram,garantindo sua difusão e eternidade.

FATOS DO IGUAÇU

As redações que não forem para o livro, serão digitalizadas e formarão um compêndio e fez uma parceria com o jornal Fatos do Iguaçu para que algumas dessas sejam publicadas no jornal.

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