Santo Tomás de Aquino nos ensina, de forma curta e grossa, feito joelho destroncado, que toda oração deve ser confiante, reta, ordenada, devota e humilde. Tais qualidades, indispensáveis a toda e qualquer oração, são as colunas centrais do PATER NOSTER.

É claro que, infelizmente, elas não se fazem presentes em nosso mísero coração de geleia rançosa, mas as palavras que dão forma e vida à oração dominical, quando recitadas por nossos impudicos lábios, acabam por semeá-las, lentamente, no pedregoso e inóspito solo do nosso coração.

Para surpresa de zero pessoas, nos falta muitas e muitas vezes a tal da confiança quando vamos recitar essa ou qualquer outra oração. Nos falta, como nos falta confiança em nosso interlocutor neste diálogo que é a oração e, tal carência, acaba revelando a forma manhosa e mimada que puxamos, quando puxamos, prosa com o Criador.

Jamais esqueçamos: rezar é conversar com Deus e, por isso, perguntamos: quando conversamos com uma pessoa, seria sensato de nossa parte esperar que ela fosse nos responder direitinho, do jeitinho que nós queremos, no tempo que nós desejamos, da maneira que consideramos agradável ao nosso ego? Se não formos um chato de galochas, ou um canalha de marca maior, com certeza não.

Essa imprevisibilidade, essa abertura para aquilo que o outro tem a nos dizer, a nos revelar, é que nos engrandece a alma e dilata o espírito, ajudando-nos a ordenar melhor as nossas impressões, ideias e emoções conflitantes, nos permitindo aprender, com o passar do tempo, a agir de forma reta, a sermos humildes para compreendermos o quão preciosa é uma vida vivida com mais firmeza e entusiasmo frente àquilo que realmente importa.

Pois é, se é assim que deve ser um diálogo com um semelhante, porque não deveria sê-lo com o Altíssimo? Por que Deus deveria responder nossas orações, nosso tête-à-tête com Ele, do nosso jeito, no nosso tempo, da maneira como nós queremos?

É importante não esquecermos que o Sapientíssimo sabe muito bem o que está fazendo, sempre, nós é que com nossa birra metafísica nada original pouco ou nada sabemos, apesar da nossa imoderada presunção.

E o pior é que somos birrentos ao ponto de acharmos mil e uma justificativas para a nossa desídia espiritual, permanecendo incapazes de admitir algo, nem mesmo uma vírgula que seja, da nossa tão grande culpa, fazendo ouvidos moucos para a urgente necessidade de nos emendar e mudar a nossa maneira de ser.

Enfim, queremos a paz de Cristo sem a luta que ela exige para que as sementes da confiança, da retidão, da ordem, da devoção e da humilde toquem o nosso peito, germinem e deem frutos que transubstancie a nossa vida.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

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