Todos nós recitamos a oração dominical, o Pai Nosso. Às vezes com pressa, outras vezes meio que a contragosto e, em muitas ocasiões, com paciente devoção. Seja como for, a oração que nos foi ensinada pelo Senhor está nos lábios de todos nós e no coração de muitos.

Cada uma das petições que são recitadas por nós, ao entoarmos essa oração, trazem consigo uma série de ensinamentos que se fazem presentes, de forma discreta, em cada uma das suas palavras para, deste modo, poder de forma sutil, tocar o solo árido do nosso peito e, se assim permitirmos, germinar e dar bons frutos em nossa vida.

Tais ensinamentos, foram apontados e comentados por inúmeros autores. A lista é bem graúda e, por isso mesmo, não iremos engordar essa escrevinhada com um parágrafo cheio de nomes, mesmo que esses sejam de grande quilate.

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Os autores que se dedicaram a essa empreitada, com muito esmero e devoção, com base na Tradição, no Magistério, na Escritura – e com o auxílio da Graça divina – procuraram indagar o Altíssimo sobre tudo aquilo que está presente em tão poucas palavras e que, por nossa intratável leviandade, muitas vezes não conseguimos nem ver, nem compreender.

Frente a isso, penso que não podemos nos esquecer jamais o fato de que essa oração, por ter-nos sido ensinada diretamente pelo Verbo Divino encarnado, são palavras descidas diretamente dos Céus e que estão, ao mesmo tempo, nos ensinando a falar com Deus, apontando o que devemos prioritariamente pedir ao Altíssimo e, inclusive, indicando-nos o que o Senhor quer de nós.

Por essa razão, Santo Tomás de Aquino nos lembra que o Pai Nosso é a mais perfeita das orações. Nela, diz-nos o Doctor Angelicus, nós aprendemos não apenas o que devemos desejar e pedir, mas também, a ordem em que devemos fazê-lo, mostrando-nos o caminho que precisamos seguir para termos nossos afetos e inclinações devidamente ordenados.

Toda vez que a recitamos, estamos unidos em oração com Aquele que nos ensinou a rezar desse jeito, e ensinou-nos porque alguém, com o coração sedento de Deus, pediu para que o Mestre dos mestres ensinasse-o a rezar e, de quebra, acabou ensinando a todos nós.

“Senhor, ensina-nos a rezar”. Aí está um pedido que todos nós deveríamos fazer todas as vezes que entoamos nossas preces na intimidade de nossa alma. É claro que, todos nós, vaidosa e soberbamente, diremos para nós mesmos que já sabemos fazer isso desde os idos de infante, que não temos mais nada que aprender sobre esse babado e, obviamente, não serei eu que direi o contrário.

Porém, quando voltamos nossos olhos para a biografia dos santos e santas de Deus, desde os santos padres do deserto até São João Paulo II e companhia, veremos que todos eles, sem exceção, pediam sem cessar para que Deus os ensinasse a rezar, a rezar melhor, para que dessa maneira os seus corações não mais fossem deformados pela nossa humana vontade, mas sim, para que fossem consertados pelas Suas amorosas mãos chagadas.

E, assim o é, porque é da retidão da nossa oração que depende, diretamente, a retidão de nossa vida. Sim, eu sei que a partir dessa afirmação temos muito, muito pano pra manga mesmo, e temos porque, infelizmente, tanto a nossa vida, como nossa oração, estão meio que fora de prumo, não é mesmo?

Por essas e outras que Tertuliano de Cartago nos lembra que a oração do Pai Nosso seria o resumo de todo o Evangelho. Da mesma forma que toda a mensagem do Santo Evangelho se encontra presente, concentrada e expressa na oração dominical, e toda a Boa Nova transpira e recita a oração que o Senhor nos ensinou, com inúmeras outras palavras.

Por isso, deixemos todos os subterfúgios de lado e rezemos. Rezemos e, antes de qualquer coisa, não nos esqueçamos de pedir ao Bom Pastor que Ele nos ensine como devemos fazê-lo, para não mais fazermos do nosso jeito.

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

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