poesia

Marcos Serpa

Quando amanheço aluado

boto no lombo um bichará,

cravo esporas no bragado

e ando por ai a Deus-dará.

Quando amanheço aluado

é as “ideia” alvorotada,

saio bem de atravessado

só volto de madrugada.

Quando amanheço aluado

não tem quem lide comigo,

deixo meu nome riscado

a bala até em jazigo.

Quando amanheço aluado

eu só penso em peleia,

passo o dia emburrado

quieto e de cara bem feia.

Quando amanheço aluado

não mexam, deixem de mim,

são resquícios do passado

que trago dentro de mim.

 

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