Marcos Serpa
Quando amanheço aluado
boto no lombo um bichará,
cravo esporas no bragado
e ando por ai a Deus-dará.
Quando amanheço aluado
é as “ideia” alvorotada,
saio bem de atravessado
só volto de madrugada.
Quando amanheço aluado
não tem quem lide comigo,
deixo meu nome riscado
a bala até em jazigo.
Quando amanheço aluado
eu só penso em peleia,
passo o dia emburrado
quieto e de cara bem feia.
Quando amanheço aluado
não mexam, deixem de mim,
são resquícios do passado
que trago dentro de mim.