Francisco Carlos Caldas

Antigamente era comum as pessoas colocarem frases nos para-choques de caminhões, e quando a gente andava pelas estradas e rodovias, se entretia com leituras, e até reflexões.

Dias desses no site “https://www.robustec.ind.br/blog/as-50-melhores-frases-em-para-choque-de-caminhao/”, encontramos 50 frases, motivacionais, reflexivas, religiosas, engraçadas e românticas, das quais selecionamos  e lembramos de algumas outras:

Lutar sempre, vencer às vezes, desistir jamais.

Tem várias maneiras de ser chato, mas o chato sempre escolhe a pior.

Quanto menos os homens pensam, mais eles falam.
Perigo não é um cavalo na pista, mas sim um burro na direção.
O amor é um sonho,  mas o casamento é o despertador.

No baralho da vida, enfim perdi por uma dama.
Não é pressa, mas sim saudade.
Viajo porque gosto, volto porque te amo.
E temos lembrança de outras frases: “Se trabalho deixasse rico, burro era milionário”; “Se a morte for descanso, prefiro viver cansado”. “Nas curvas do teu corpo, capotei meu coração”. “Amo minha vida porque minha vida é você
.”

E há também arte em grafitagem em muros “Sou tão você, que as vezes até sinto falta de mim.”; em  paredes de prédios, mas também ao lado disso muito vandalismo, bandidagem.

           Uma vez fiquei impactado com um escrito na parede de uma antiga “privada” de um estabelecimento comercial de Pinhão. A imundície era total. Para você entrar nela, tinha que pisar nuns tijolos, por causo dos mijos, sujeiras no soalho. Cocô, nem de croque no assento  dava para fazer. E um alguém indignado ou desencantado escreveu aquilo que Nelson Rodrigues, chamava de óbvio ululante: “Fala higiene neste local”.

Nos meus tempos de 2º. grau, no Colégio Estadual Manoel Ribas, de Guarapuava, no ano de 1972, numa certa manhã, o Colégio foi pichado com os dizeres “Isto é um presídio”, ou algo assim que nem lembro direito. Foi um furdúncio, em plena época da ditadura militar. Ninguém foi punido, mas penso que foi um colega que fez a pichação, de alguma insatisfação e protesto contra o sistema em vigor, e num ato de ousadia, talvez inspirada e na linha do dito por Benjamin Disraeli, escritor, histórico político e ex-primeiro ministro britânico que viveu nos anos de 1804-1881, autor de uma frase que há anos consta numa plaquinha na sala de reuniões do meu escritório:  “O nosso país encontrará seus verdadeiros caminhos, quando os homens de bem tiverem a mesma audácia dos canalhas.”

Somos movidos a pensamentos, que vão de obras de escritores célebres, a frases de para-choques, grafitagem, pichações, faixas, mas que tenham conteúdo, e seja, arte, cultura, posicionamentos, e não vandalismo, vulgaridade, ignorância, coisa ou maldade do gênero.

No ano de 1994, lideramos uma manifestação na rua Francisco Dellê, contra a pouca vergonha, improbidades e lambanças que estavam ocorrendo na vida pública municipal no desgoverno 1993-1996. A polícia fez retirada de uma faixa colocada não lado do caminhão do som, por pressão, proteção, privilégio de um queria atuar como “manda chuva”, mas o poder corrupto não calou os vários ditos, em cartolinas e falas de CIDADÃOS. São os legados, dos tempos em que tínhamos lideranças da envergadura de Darci Brolini, e de gente comprometida com ideais, laços afetivos, consideração, amizade, lealdade e causas do bem comum e interesse público, valores esses hoje em crise e raros.

(Francisco Carlos Caldas, advogado, municipalista e cidadão).

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