Fotos: Naor Coelho/Fatos do Iguaçu

Por Nara Coelho

Excluindo-se os cânceres de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais frequente e comum tumor maligno entre as mulheres.

UM TOQUE, UMA DESCOBERTA

Foi seguindo a orientação do autoexame que a jovem de 23 anos, Cassilda Silva dos Santos, mãe do pequeno Davi Luiz de 3 anos, moradora do bairro Bitur, descobriu um pequeno caroço no seu seio.

CASCAVEL

Cassilda, a Morenah, mora com seus pais Romildo Ferreira dos Santos e Rosilda de Fátima Silva, mas em janeiro, quando localizou o pequeno caroço, estava morando em Cascavel com seu filhinho e um companheiro, trabalhava em um shopping.

Ela contou que sempre teve o hábito de ir regularmente ao médico e de realizar mensalmente, após o período menstrual o autoexame, “Um dia no banho, quando fiz o autoexame encontrei uma bolinha menor que um grão de feijão e fui observando que ele foi crescendo, decidi ir ao médico”.

AS PRIMEIRAS CONSULTAS

Ela conta que no primeiro momento o médico achou que era um cisto, foi realizado o tratamento e o caroço não cedeu. Em seguida ela foi encaminhada a um mastologista, que devido à sua idade solicitou um ultrassom de mama. Nele constou o nódulo, em seguida foi feita a biópsia de pulsão, que confirmou ser um linfoma, “Como eu descobri no estágio inicial, bem no comecinho, o tratamento foi eficaz. Se eu tivesse demorado alguns meses a mais para descobrir, teria que realizar a mastectomia. Assim foi conseguido retirar apenas o nódulo”.

DEUS ACIMA DE TUDO

Morenah contou que quando ela encontrou o pequeno caroço, ela já teve uma intuição que aquilo era algo sério, “Quando encontrei eu fiz  uma busca no google e vi que vários sintomas eram iguais aos meus e já fui me preparando psicologicamente para enfrentar a situação. Como sempre, coloquei Deus em primeiro, a fé, temos que ter sempre. Como o médico pediu que eu levasse alguém junto na consulta, já vi que o resultado do exame não era bom”.

A CONFIRMAÇÃO PROVOCOU DESESPERO

Apesar de todo o preparo a jovem conta que o desespero veio. ”Quando ouvi o médico confirmando que era um nódulo, mesmo ele dizendo que estava no início, que tinha tratamento e cura e seria necessário só tirar o nódulo, me desesperei, tinha dia que eu não queria sair do quarto, mas aos poucos fui vencendo e coloquei de volta o meu sorrisão no rosto”.

 MEU FILHO E MINHA MÃE, MEU ESTÍMULO

A jovem mãe conta que:

“Encontrei forças na minha fé e no meu filho, que só tem 3 anos, eu sabia que ele precisava muito de mim. A minha mãe. Quando vi minha mãe e meus irmãos se abalarem muito com a notícia, eu fiquei mais forte. Aí o desespero deu lugar à vontade de viver e a esperança”.

O COMPANHEIRO NÃO DEU CONTA DA SITUAÇÃO

Morenah enfrentou o que um número expressivo de mulheres que são acometidas por doenças graves enfrentam, a indiferença, ou mesmo o abandono do companheiro, “Diante da situação que estava vivendo não encontrei o apoio que precisava da pessoa com quem vivia, assim, decidi me separar e vir ficar com a minha família”.

TRATAMENTO EM CASCAVEL

Além de enfrentar o tratamento de quimioterapia, que não é nada fácil, ela teve que enfrentar as viagens até Cascavel, pois como tinha começado o tratamento lá, teve que mantê-lo lá. A jovem sempre fez as viagens sozinha, pois sua mãe precisava ficar com o netinho e os irmãos que são menores, o pai traz o sustento para dentro de casa e os amigos sumiram. “O tratamento é muito pesado, estressante, provoca muitas dores no corpo, além do mal-estar e enjoos. Eu chorava muito por causa das dores, foi bem difícil. Hoje, para evitar as viagens, o médico me passou a quimioterapia oral”.

OS AMIGOS SUMIRAM

A jovem relata que a maioria dos amigos sumiram, não aparecem para visitas e muitos nem conversam com ela por WhatsApp, “Parece que as pessoas ficam com medo de pegar o câncer, como se ele fosse transmissível.

A PERDA DO CABELO

Morenah é uma jovem bonita, que se observa ser vaidosa, chegou para a entrevista com um lindo lenço na cabeça. A quimioterapia leva à perda do cabelo, situação que sempre provoca tristeza nas mulheres que passam pelo tratamento do câncer, “O momento mais difícil foi quando os cabelos começaram a cair, isso mexe muito com a gente. Meu cabelo era comprido, cacheado, ele caiu todo e a sobrancelha também. Junto com ele perdi muito peso. Não foi fácil, mas venci”.

SUS

Ela conta que o atendimento no SUS e prefeitura está bem humanizado, “Sou bem atendida tanto em Cascavel no hospital do câncer, como aqui a prefeitura tem me ajudado, sempre que precisei me levaram a Cascavel, os remédios eles custeiam, tenho atendimento de uma assistente social e de umpsicólogo”.

SOU GUERREIRA

Não foi fácil enfrentar a doença, o tratamento e os olhares de repulsa alguns e sustos, outros de pena, de pouco de estímulo e força, “Me considero uma guerreira, pois enfrentei tudo e quase sempre com um sorrisão no rosto. Eu já sou uma vencedora, pois estou aqui, descobri que tenho muita força e uma vida pela frente a ser vivida”, desabafou.

O RECADO

Morenah deixa o recado às mulheres, “A quem não tem, se cuide, sempre, faça o autoexame. A quem descobriu a doença, é preciso ter fé, alegria, força de vontade, pensar positivo, cinquenta por cento da cura está na nossa disposição em viver”.

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