Cardiologista Dra. Ariane Vieira Scarlatelli Macedo| Foto: Divulgação

Correlação entre as enfermidades atinge mais de 30% dos homens diagnosticados com o tumor

Redação Fatos do Iguaçu com Assessoria

Em 2017, mais de 15 mil homens morreram de câncer de próstata segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ainda de acordo com a instituição, para 2019, a expectativa é de pelo menos mais 68 mil novos casos. Estima-se que entre 27 a 34% deles venha a óbito por conta de complicação cardiovascular, a causa de morte não-oncológica mais comum nesses homens. Por isso, além dos cuidados com os hábitos de vida saudáveis, é importante estar atento aos sinais de doenças cardíacas.



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A cardiologista e vice-presidente do Grupo de Estudos Brasileiro de Cardio-oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Ariane Vieira Scarlatelli Macedo, alerta para a necessidade de médicos e pacientes atentarem-se sobre a possibilidade de ocorrência de eventos cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, por exemplo) durante e após o tratamento do câncer de próstata.

O câncer de próstata afeta principalmente homens com mais de 65 anos e a doença cardiovascular normalmente coexiste  om o tumor nesses pacientes.
 
“Por esse motivo, o tratamento do câncer de próstata pede um olhar multidisciplinar, que idealmente deve ser realizado em conjunto pelo cardiologista e o oncologista”, explica a especialista.

O tipo de tratamento escolhido para o câncer de próstata depende da gravidade do câncer e deve levar em conta essa avaliação. Por esse motivo, o diagnóstico precoce é tão importante. É sabido que alguns tratamentos como terapias hormonais aumentam o risco de novos eventos cardiovasculares para os pacientes. Nesse cenário, discutir com o médico sobre doenças cardiovasculares pré-existentes ou fatores de risco é extremamente necessária. “Conhecendo o histórico de cada paciente, a equipe médica vai identificar o melhor tratamento para o câncer, oferecendo segurança também para o sistema cardiovascular”, completa a cardio-oncologista.

A especialista explica abaixo em detalhes o que é o câncer de próstata e como é feito o diagnóstico da doença:

A doença

A próstata é uma glândula que só o homem possui e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). O órgão envolve a porção inicial da uretra, canal por onde a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz a secreção prostática que faz parte do sêmen ou esperma.

O crescimento desordenado de células malignas na próstata leva ao surgimento do tumor maligno de próstata. Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.

Diagnóstico

A suspeita do câncer de próstata pode ser feita com a combinação de dois exames: dosagem de PSA (exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico) e o toque retal (como a glândula fica em frente ao reto, o exame permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos suspeitos). Apesar de incômodo, cerca de 18% dos casos de câncer só conseguem ser detectados pelo toque retal, uma vez que nesses casos o exame de sangue é normal. Nenhum dos dois exames tem 100% de precisão. Por isso, podem ser necessários testes complementares.

A biópsia da próstata é o único procedimento capaz de confirmar o câncer. A retirada de amostras de tecido da glândula para análise é feita com auxílio da ultrassonografia. Outros exames de imagem também podem ser solicitados.

 

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