Francisco Carlos Caldas

Mistério é tudo cuja causa é oculta, desconhecida, incompreensível, inexplicável; enigma.  Do ponto de vista religioso o  que a ninguém deve ser dito; confidência, segredo. Na religião cristã, dogma, verdade de fé inacessível à razão: o mistério da  SantíssimaTrindade: Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

Entre muitas matutadas a respeito de mistérios, já exteriorizamos uma publicada em 29/11/2021  no Jornal Fatos do Iguaçu. Voltamos ao assunto inspirado nas notícias de internamento, tratamento paliativo do nosso Pelé, e questionamentos e “cobranças” que nos deparamos em relação ao mesmo, por não ter reconhecido  nem ajudado uma filha que teve, e como hoje estivesse sofrendo com câncer com uma espécie de castigo por essa ocorrência.

Deus, Religião, Vida Eterna, sãos assuntos muito elevados e complexos para este ser, daí certos cuidados em entrar nesse minado campo de fé.

Para nós Deus é infinita bondade, que nos deu a Natureza e a Liberdade, livre arbítrio. A consciência é a presença de Deus em nosso ser, e querer enganá-la é missão impossível. E sem essa de que Deus quando não mata castiga, de que Deus é uma espécie de policial, carrasco, justiceiro, vingativo

Já ouvimos relatos como os do acidente aéreo da equipe de Chapecó; de um rodoviário que morreram 50 e só um escapou, e que sobreviventes atribuem ter sido salvos por obra e ação de Deus. E os que morreram, os que perderam entes queridos ou ficaram com sequelas, problemas? Foi por Deus?

Essa história de mortes acidentais, trágica, de crianças, adolescentes, jovens e mesmo pessoas não idosas,  que foi Deus que estava precisando do ente querido na estância celestial, é uma questão um tanto delicada, complexa, e campo minado, que não é conveniente se entrar nessa seara. O melhor ou o menos pior, é deixar o assunto no campo dos MISTÉRIOS DA VIDA.

Complicado  essas coisas se assim o fossem, mas em relação a essas questões, nos parece melhor ficar simplesmente no campo da fé, dos mistérios  da vida, e mais ou menos na linha de Abraham Lincoln, ex-presidente e estadista norte-americano, quando lhe indagaram sobre qual era a sua religião, e ele disse: “Quando faço o bem sinto-me bem, quando faço o mal sinto-me mal, eis a minha religião.” E isso está na linha do dito do Padre jesuíta Antônio Vieira: “É muito bom ser importante, mas é mais importante ser bom”.

Para enfrentamento dessas coisas, nos parece fundamental a filosofia da simplicidade, do pragmatismo,  do meio termo, do equilíbrio e mais ou menos na linha do pregado pela poetisa e contista goiana Cora Coralina, e que viveu nos anos de 1989-1985: “O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes”. E também na linha, das músicas “Epitáfio” dos Titãs, do “Tocando em frente” de Almir Sater, “Franguinho Na `Panela”, nas vozes de Tião Carreiro e Pardinho ou Cezar e Paulinho, “Berço de Deus” e “Estrada da Vida” de Milionário e José Rico, pois, também precisamos de arte, lazer, cultura para não morrer só de realidades, verdades, do pau é pau  pedra é pedra, do oito ou oitenta, do ferro e fogo,  do tudo ou nada.

(Francisco Carlos Caldas, advogado, CIDADÃO municipalista).

 

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