Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
Muitos daqueles que se intitulam progressistas adoram dizer que são os únicos que se preocupam com o tal do povo, que são os únicos que verdadeiramente sofrem com as carências populares e, principalmente, que apenas as suas ideias podem aliviar as dores do mundo. Aliás, como gostam de se autoproclamar como sendo os legítimos representantes de tudo o que há de bom nesse mundo, que fazem tudo em nome dos infelizes da terra e que eles, os progressistas, seriam capazes de gastar mundos e fundos pelo bem do povo, tamanho é o seu amor pela humanidade; tão grande é o seu desprezo pelo próximo, como nos adverte Edmundo Burke.
É. Pois é. Veja só que coisa linda. Isso chega a comover as lombrigas e bichos de pé da minha envelhecida carcaça, tamanha a magnanimidade dessas almas. Generosidade que, em regra, é feita com o chapéu alheio e que, de amor ao próximo, pouco há, como bem lembra-nos Murray N. Rothbard. De mais a mais, o que a turminha dessa trupe nunca conta é que eles, em sua maioria, e ao seu modo, ganham a vida, e ganham razoavelmente bem, dizendo que amam os desvalidos, que lutam por eles, que só pensam neles e por aí segue o andor, conforme nos adverte Janer Cristaldo.
Outra coisa que eles não gostam que seja dito é que, em muitíssimos casos, quem paga por toda essa papagaiada ideológica são os cidadãos, como eu e você cara pálida. Inclusive os miseráveis sofredores que eles dizem tanto amar também pagam. Ou, como dizem os populares: ganham a vida com a desgraça alheia. Desgraça que, muitas vezes, é fomentada ou ampliada por suas ideias totalitárias como bem demonstra Thomas Sowell e Roger Scruton em suas obras. E tem mais uma!
Essa turmada toda não conta para o povo, pobre povo, que todo esse suposto bem que eles dizem querer fazer pelos mais necessitados, na maioria absoluta dos casos não dá certo e que, no final das contas, quem paga pelo rombo gerado pelos seus delírios utópicos é a sociedade, justamente aqueles que eles afirmavam, e afirmam, enfaticamente, representar e defender como bem nos ensina Carlos Alberto Montaner e Mário Vargas Llosa através do livro “Manual do perfeito idiota Latino Americano”.
E tem outra! Se formos analisar a fundo a intenção que está subjacente a toda essa conversa profissionalizada de amor aos desvalidos da terra, o que provavelmente encontraremos é uma sede insaciável por poder e controle que, dia após dia, torna-se mais e mais evidente aos olhos de todos; tamanha é a incapacidade dessas almas de medirem a si mesmos com a mesma régua que medem os demais, como lembra-nos Rodrigo Constantino em seu livro “A Esquerda Caviar”. Enfim, a cada dia que passa, fica mais e mais evidente o quanto essa conversa populista, dissimulada e ideologizada, não passa dum tremendo bafo encruado duma assembleia de inconscientes e inconsequentes. De inconscientes críticos, que fim bem claro.
(*) Professor, caipira, escrevinhador e bebedor inveterado de café.