
Foto: GAECO/MPPR
Redação Portal Fatos do Iguaçu
O Ministério Público do Paraná, por meio do núcleo de Guarapuava do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta terça-feira (24) duas operações simultâneas no município: Terra Prometida e Inconfidência. As ações visam apurar crimes envolvendo associação criminosa, estelionato com abuso de função pública e vazamento de informações sigilosas.
Operação Terra Prometida
A investigação principal recai sobre um vereador de Guarapuava, que atuou como secretário de Habitação e Urbanismo entre dezembro de 2022 e março de 2024, e sobre dois ex-servidores comissionados da mesma pasta, além da esposa de um deles e de um assessor da Câmara Municipal.
Segundo o Ministério Público, o grupo teria praticado um esquema fraudulento entre maio e agosto de 2024, no qual obtiveram R$ 30 mil de uma cidadã guarapuvana, sob a promessa de repasse de posse de um terreno no bairro Vila Bela, supostamente ligado a um projeto habitacional do município.
A investigação aponta que, com a participação direta dos servidores públicos, a vítima foi indevidamente incluída no programa habitacional como se fosse a legítima beneficiária do imóvel, enquanto a real contemplada foi prejudicada e excluída do processo. O valor pago pela vítima foi depositado na conta bancária da esposa de um dos servidores envolvidos.
O Gaeco também apura indícios de obstrução da investigação: já como vereador, o ex-secretário teria orientado um de seus assessores e um advogado a convencer a vítima a não denunciar o caso ao Ministério Público, na tentativa de ocultar os crimes praticados.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nos endereços ligados aos investigados.
Operação Inconfidência
Paralelamente, também nesta terça-feira, o Gaeco e o Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) cumpriram quatro mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Inconfidência, que investiga o vazamento e divulgação de informações sigilosas sobre investigações em curso.
Entre os alvos desta operação estão outro vereador da Câmara Municipal de Guarapuava, um policial militar e um ex-assessor da Prefeitura Municipal.
Durante as diligências, uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, sendo liberada após pagamento de fiança. O conteúdo da investigação tramita sob sigilo judicial.
O Ministério Público do Paraná reforça que as investigações estão em andamento e que os envolvidos responderão conforme o rigor da lei, caso as ilegalidades sejam confirmadas.