Foto: Arquivo Pessoal
Adriel Guilherme de Moraes é um jovem pinhãoense de 17 anos que há 5 está longe do Pinhão, de familiares e amigos buscando seu sonho de ser jogador profissional, uma paixão que veio.
De pai para filho
Foto: Arquivo Pessoal
O casal Pinhãoense, Ângelo Márcio Moraes e Ilda Maria Moraes, tiveram 4 filhos, Andrew Mozer, Ângelo da Luz, Murilo das Neves e Adriel Guilherme.
O pai desses meninos foi desde pequeno apaixonado pelo futebol, mesmo morando num município que o Futsal é o destaque, Ângelo Márcio sempre amou o futebol de Campo, porém, nunca recusou convite para jogar bola, seja no campo ou na quadra.
Foto: Arquivo/ Pessoal
Esse apaixonado pelo futebol buscou passar seu amor ao esporte para os filhos e foi Adriel Guilherme que foi picado pela paixão do futebol, “Meu pai sempre me levava com ele, me deixava ficar lá brincando com a bola e muito pequeno e já estava no campo com ele ou na quadra, mas, a paixão do meu pai e a minha sempre foi pelo futebol de Campo”.
Quando jovem, Ângelo correu atrás do sonho de jogar profissionalmente, mas não deu, porém, a vida dá voltas e o sonho se realizou de outra forma.
Adriel agora é profissional
Foto: Arquivo/Pessoal
A segunda-feira, 10 de julho, foi um dia mais que especial para o atacante Adriel, camisa 7 que joga no sub17 do Flamengo, ele assinou um contrato de 2 anos com o Flamengo para jogar no time profissional.
Adriel registrou a emoção desse dia no seu Instagram, “O dia que ficará marcado por toda a minha vida. Hoje me traz um misto de sensações, diversas lembranças desde o começo deste caminho desafiador até o presente momento de conquista. Assinado o contrato profissional com o Clube de Regatas do Flamengo, que felicidade em poder fazer parte deste grande time, o maior do mundo.
Agradeço a Deus primeiramente por me conduzir e me capacitar a estar onde estou. A minha família e as demais pessoas que batalharam junto comigo incansavelmente para que tudo pudesse acontecer mesmo diante das mais diversas dificuldades.
Em especial: Mãe, muito obrigado!
Ao meu pai, Ângelo Márcio Moraes, que junto a Deus está morando, meu muito obrigado!
Vocês são fundamentais em minha vida, obrigado por me ensinarem tudo o que sei, por ser quem eu sou com valores e princípios advindo de vocês e diante disso, saibam, continuarei sempre buscando me desenvolver profissionalmente e também como ser humano jamais esquecendo de minha essência (…)”.
Contudo como o próprio atacante camisa 7 do Flamengo reconhece, a caminhada para chegar até a assinatura desse contrato foi longa, cheia de desafios, sustos, surpresas, muita dedicação e determinação.
Foi preciso contar com o apoio e ajuda de muitas pessoas.
“A família foi e é a minha sustentação”
O pai foi seu grande incentivador, mas tanto sua mãe como seus irmãos sempre o apoiaram, “Sempre tive todos os materiais, chuteiras que precisava para os treinos, todos sempre me apoiaram, torceram por mim e me apoiam”.
A Escolinha XV de Dezembro
Aos 9 anos Adriel passa a fazer parte da Associação Atlética XV de Dezembro, em Pinhão. “Tudo começou na Escolinha de Futsal da professora Tauana, Marcelo, eles, o John, me ensinaram muito, fiquei lá até os 12 anos, foi muito bom, entre risadas, fui campeão de tudo quanto campeonato na região e estado enquanto estava lá”.
Seleção do Paraná
Inclusive, em 2018, Adriel, junto com mais 5 amigos que participavam da Escolinha XV de Dezembro, foram convocados e fizeram parte da seleção sub12 estadual do Paraná, como você pode conferir na reportagem do Fatos do Iguaçu, https://jornalfatos.com.br/pinhao-sera-base-da-selecao-de-futsal-sub12-dos-campos-gerais/ .
Jocelita Dêlle e o Atlético Paranaense
O sonho era ir para o futebol de Campo em 2018, com 12 anos, a vida do Adriel começa a trilhar novos rumos, “Essa mudança vem com a ajuda da tia Jocelita” diz o atacante. “Com 12 anos, a tia Jocelita conseguiu um teste em Curitiba, no Atlético Paranaense, fui lá, fiquei uma semana, eles gostaram de mim. Na segunda vez que me chamaram fiquei 3 semanas. Voltei para o Pinhão, depois me chamaram de novo e fiquei 8 meses”.
Flamengo entra na vida do atacante
Ainda com 12 anos, Adriel vai morar no Rio de Janeiro e treinar na escolinha de base do Flamengo, “Não foi fácil essa vinda, é difícil deixar tudo, família, amigos e vir para longe, mas eu tinha um sonho e um objetivo, me agarrei neles e vim, fiquei, treinei, me dediquei”.
Disciplina e renúncia
Adriel lembra quem tem um sonho, que para se chegar lá é preciso determinação, disciplina e renúncia, “Se a pessoa tem um sonho, nunca desistir, tem que correr atrás, passar por todas as barreiras. Não é fácil, tem que se dedicar, trabalhar, ter muita disciplina, foco, a gente abre mão de muita coisa, do lazer, de estar com a família, eu abri mão da minha adolescência, mas sei que vou viver lá grandes e bons momentos. É preciso manter o foco, se preparar, para quando as oportunidades aparecerem, você estar pronto para aproveitá-las”.
Um empresário, um grande apoio
Hoje o atacante camisa 7 tem a empresa do empresário Adriano Spadotto cuidando da sua carreira, ”Eles me ajudam muito, ter eles me orientando com certeza tem me ajudado, o Emerson, que está mais comigo, me dá conselho, me mostra aonde eu devo melhorar. Me ajudaram no meu contrato com a Adidas, chegar ao contrato profissional tem muito do meu trabalho, da minha dedicação, mas com certeza eles me ajudaram bastante a chegar até o contrato”.
Um susto
No dia 8 de fevereiro de 2019, as pessoas acordaram com a notícia do incêndio no alojamento das categorias de base do Flamengo, o Centro de Treinamento George Helal, também conhecido como “Ninho do Urubu”, no Rio de Janeiro.
Foi uma fatalidade que resultou na morte de 10 pessoas e deixou 3 feridos.
Os pais, familiares e amigos de Adriel, ficaram assustados e muito preocupados, afinal Adriel estava lá, mas, para a família dele foi só um susto, “Como na época eu tinha 13 anos, eu não podia ficar no alojamento, assim eu morava numa casa com outros meninos da mesma idade”.
O incidente levou a algumas modificações, entre elas a senhora Ilda Maria foi para o Rio de Janeiro morar com Adriel.
A dor da perda
Ao conversar com o jovem atacante a gente sente nele muito foco e determinação e a certeza de que dificuldades existiram, mas que o importante é não desistir.
Mas, com certeza, mesmo imaginando todos os tipos de dificuldades que poderia enfrentar, nunca imaginou que enfrentaria a perda do seu grande incentivador, seu pai Ângelo.
Seu Pai com 44 anos, morreu após mal súbito, ele passou mal durante uma partida de Futebol Sete, foi encaminhado a um hospital, porém não resistiu. Adriel e sua mãe estavam assistindo pela internet ao jogo que o pai disputava. Foi para o jovem jogador um golpe muito duro e triste, com certeza o maior desafio até o momento da vida dele.
Um campeonato a jogar
Logo após o falecimento do seu pai, Adriel teve que enfrentar um momento muito delicado.
Cinco dias após viver a pior dor que um filho pode sentir, o jovem de 16 anos voltava ao Paraná para disputar a Caju’s Summer Cup 2021, torneio realizado no CT do Atlético Paranaense.
De 29 de novembro a 3 de dezembro, o time sub-16 do Flamengo jogou cinco vezes, três vitórias, um empate e uma derrota e foi campeão com vitória por 3 a 0 sobre o São Paulo.
Na reportagem realizada por Fred Gomes, no site ge.globo, ele descreve assim a força e determinação de Adriel, “Quem teria estrutura para tocar na bola e ter contato com o gramado poucos dias depois de viver algo tão pesado? O adolescente Adriel Moraes teve de sobra. Não lhe faltou força mental para o camisa 7 do Flamengo às costas, honrar o nome do pai, Ângelo Márcio Moraes, com gols e um título conquistado no estado onde nasceu”.
Ao ser entrevistado, na ocasião que recebeu o troféu da competição, Adriel fez sua homenagem ao seu grande incentivador, “Sem dúvida alguma dedico a uma das pessoas cruciais nesse meu processo em que me tornei jogador de futebol, meu pai, Ângelo Márcio Moraes. Falaria para ele: “Vou continuar sempre forte e realizar o teu sonho compartilhado comigo, que era me ver jogando futebol profissionalmente. Saiba que vai ser sempre por você. Eu te amo, pai.”
Sonho começa a se realizar
“Esse momento é muito especial, estar treinando, jogando no sub17 do Flamengo já era uma realização, agora poder assinar esse contrato para jogar no profissional é um passo a mais para o grande momento que será quando eu estrear em campo, que não sei quando acontecerá, mas vai acontecer, isso me deixa muito feliz e sabendo que preciso continuar focado, determinado, me dedicando”.
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