Francisco Carlos Caldas

Uma coisa que constatamos ser muito forte em nossa cultura, é a do desperdício inclusive no meio dos mais vulneráveis.

Com origem em classe média baixa, tivemos toda uma infância,  juventude, parte de idade adulta, rodeada de muitas privações, onde dinheiro só de lidou com o extremamente necessário, de muitos cálculos, economia, racionalidade  e poucas sobras.

A criação e educação deste ser pensante, foi de valorizar as coisas, não fazer mau uso, zelar das coisas, e reiteradamente pregamos a neta que temos: “Quem não zela do que tem, não pode reclamar o que não tem”. Inclusive na educação da mesma, combatemos o desperdício: deixar resto de comida em prato; luz acesa, não zelar de materiais de um modo geral. Mas se enfrenta a cultura do desperdício, do consumismo, individualismo,  e outros “ismos”.

Pagar juros de aquisição de bens, em muitas situações são desperdícios. Há exceções a aquisições bem planejadas, calculadas e que geram rendas, mas para supérfluos, ostentações, “das aparências”, “dos calças de veludos e bunda de fora” de ditado de minha saudosa mãe, dos exóticos mendigos com sapatos de vernizes, comodidades incompatíveis a situação patrimonial e de rendas,  não estão com nada. E há tempos já se enfrenta uma nova forma de escravidão no País, a dos emprestadores de grana, aos que se endividam em relação aos detentores do Capital. Muita gente meio ou bem  trabalhando mais para os outros, do que para si e familiares. É inadimplência prá lá é inadimplência prá cá e fornecedores de Cartões de Crédito e agiotas, fazem a festa, deitam e rolam, e muitas vezes de  inadimplências com origem não em coisas estritamente necessárias, mas de desperdício, ostentações,  supérfluos e coisas do gênero.

E nas Vidas Públicas do País, como estão os estragos de desperdícios?

Há muitos desperdícios por incompetência que são uma grande mal, mas muitas vezes toleráveis, pelos despreparos e problemas educacionais da nossa formação cultural. Mas há muito desperdícios dolosos, por desonestidades, improbidades, “sem vergonhice” mesmo, enfim, falta de: ética, educação, virtudes e valores do gênero.

Como municipalista, não precisamos sair das fronteiras dos Municípios em que temos residência e/ou domicílio. É digno de audiências públicas, desperdícios que ocorrem  em muitos setores, e o pior “cego” é aquele que não quer enxergar, e o pior tolo, bobalhão é aquele que não está nem aí com isso, que trata o erário e bens públicos, como “coisa” de ninguém, sem dono, e que “se aproveitar”, levar vantagens e ter situações privilegiadas, fazem parte de um sistema, de uma cultura que faz parte da alma de um povo, e que não se tem outro jeito, senão conviver e aceitar essas mazelas, indecências, desperdícios, ou se indignar, se defender, protestar e enfrentar com os meios que dispor esse feio e lamentável estado de coisas.

Também desperdícios com o erário público, são os cabidões de emprego e a  maioria de cursos e  viagens  que pessoal de Câmaras  Municipais fazem, na prática são  mais para lazer, turismo com o erário público, inclusive viagens à Brasília, pois, para  captações de recursos/emendas e outros benefícios de interesse público há outros meios mais republicanos, morais, eficazes e eficientes  de projeto de permanência no Poder e a divulgar nas redes sociais e sessões para  ficar de boa com a galera, como é do jogo democrático.

(Francisco Carlos Caldas, advogado,   CIDADÃO municipalista).

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